| 27/06/2006 19h56min
A Seleção Brasileira tem a chance de, no sábado, dar o troco na França oito anos depois da derrota na final da Copa do Mundo de 1998. Mas os jogadores que atuarão no sábado pelas quartas-de-final alertam: não querem considerar o jogo contra a França, que vale uma vaga na semifinal, como uma revanche.
– Não podemos pensar o jogo como uma revanche – disse o capitão Cafu, que jogou em 1998. Ele lembrou que os dois times já se enfrentaram depois da conquista francesa. O jogo, que terminou empatado em 0 à 0, ocorreu em 2004 para comemorar os 100 anos da Fifa em Paris.
O técnico Carlos Alberto Parreira também rejeita o clima de revanche.
– Não tem nada a ver. Não existe clima de revanche. Aqui não se pensa nisso. Vamos jogar contra a França outra partida decisiva, como foi a de Gana – disse o técnico, que prevê um grande jogo. – Brasil e França é um clássico do futebol mundial – afirmou o treinador, que não integrava a comissão técnica na
ocasião.
Do time brasileiro que foi à
Copa na França em 1998, seis estão no atual elenco: Dida, Cafu, Roberto Carlos, Emerson, Zé Roberto e Ronaldo. Apenas três, porém, entraram em campo na final: Ronaldo, Cafu e Roberto Carlos. Do outro lado, a França virá com seis jogadores que também atuaram em 1998.
Para Parreira, a França mereceu a vitória contra a Espanha. O técnico destacou que o time de Zidane chegou no momento decisivo da Copa do Mundo com um desempenho superior ao apresentado na primeira fase, quando se classificou apenas em segundo lugar no seu grupo.
– A França mostrou que cresceu de produção em um momento importante da competição, em que todo jogo é decisivo.
Na opinião de Parreira, mudanças táticas no time francês contribuíram para isso.
– Tiraram um ponta-de-lança, reforçaram o meio-de-campo e o time ficou muito rápido, saía sempre em velocidade para o ataque. A França jogou muito bem – afirmou Parreira.
Mas, para Cafu, será
difícil que um time apresente mais ameaças ao Brasil que o que
foi apresentado por Gana.
– Acho difícil termos um jogo mais duro que o que foi contra Gana – disse.
Segundo ele, por ser um time considerado como grande, a França dividirá a responsabilidade pela vitória com o Brasil, enquanto Gana era franca atiradora. Para Roberto Carlos, o time francês tem experiência e jogadores de 32 e 33 anos que, no futebol moderno, são fundamentais para um equilíbrio em uma equipe.
Juninho Pernambucano, que é um dos astros do Lyon, acredita que a seleção da França é técnica e muito perigosa.
– Será uma parada dura. Conheço o futebol francês – disse.
Além de Juninho, Cris e Fred também jogam na França, todos no Lyon. Ronaldinho, que já atuou pelo Paris Saint Germain, admite que a disputa será complicada.
– Temos que nos preparar para o pior. Não podemos dar chance de contra-ataque e temos de ter atenção com as bolas paradas – afirmou.
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