| 25/06/2006 18h19min
O governo de Israel estuda a resposta militar ao ataque da manhã deste domingo contra uma base localizada ao sul de Gaza, e ao seqüestro de um de seus soldados por milicianos palestinos – ações que o governo israelense atribui tanto ao grupo Hamas como à Autoridade Nacional Palestina (ANP).
O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, realizou na tarde de hoje, em Tel Aviv, uma reunião com altos comandantes do Exército para estudar os passos a serem tomados após o seqüestro do soldado, realizado esta manhã. Olmert também convocou os membros do gabinete para Assuntos de Segurança, de onde costumam sair as decisões do governo israelense sobre operações militares de peso.
Durante uma das reuniões, o governante israelense proibiu todos os funcionários de seu governo de manterem contato com os palestinos para a libertação do soldado seqüestrado, que foi identificado como Gilad Shalit, de 19 anos. Fontes militares informaram que o soldado conseguiu sobreviver ao ataque contra o tanque em que viajava, no qual um de seus companheiros morreu e outro ficou gravemente ferido.
O seqüestro do militar aconteceu após um ataque no começo da manhã contra a base de Telem, localizada a poucos metros da fronteira com o sul da Faixa de Gaza. Um grupo de milicianos – pertencentes ao movimento islâmico Hamas, aos Comitês Populares da Resistência e a um grupo denominado Exército Islâmico – conseguiu chegar até a base por um túnel cavado a partir do sul de Gaza. Dois soldados israelenses e dois milicianos palestinos morreram no ataque, e pelo menos outros seis militares ficaram feridos.
Um porta-voz dos Comitês Populares da Resistência disse a uma emissora palestina que o soldado seqüestrado está ferido no abdômen e em um dos ombros, mas que sua situação é estável. Israel responsabilizou o Hamas e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, tanto pelo ataque desta manhã, como pela vida do soldado seqüestrado.
Abbas, por sua vez, responsabilizou o movimento islâmico Hamas pela vida do soldado israelense e pelo que possa acontecer em Gaza caso ele não seja devolvido a Israel, segundo informou o jornal israelense Ha'aretz, em sua versão eletrônica.
Em conversas telefônicas com dirigentes do movimento em Gaza e Damasco, o presidente palestino expressou seu protesto pelo ataque. Segundo o jornal, Abbas pôs em xeque que a operação pudesse ter acontecido sem o conhecimento dos dirigentes políticos e militares do movimento islâmico.
Diante do temor de uma operação israelense de represália, o dirigente palestino falou também, por telefone, com dirigentes árabes da região e europeus, pedindo que eles pressionem para que Israel desista de lançar qualquer operação que piore as coisas na região. O Hamas se juntou aos pedidos para que o soldado receba um tratamento correto e que sua vida não seja posta em perigo.
– O governo segue os acontecimentos e está fazendo contatos com a Presidência e com o Egito para resolver o problema – disse Ghazi Hamad, porta-voz do gabinete palestino, reunido pelo Hamas, apesar de seu grupo ter reconhecido a autoria da operação.
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