| 14/06/2006 21h16min
As cúpulas do PSDB e PFL decidiram criar uma coordenação regional para negociar as alianças entre os dois partidos nos Estados. A tentativa é de acelerar as discussões e reduzir as divergências em pelo menos dez Estados: Sergipe, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Ceará e Distrito Federal. Até agora, o candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, já garantiu acordo em dez Estados, mas terá de administrar palanques duplos em Alagoas, Amazonas, Rio de Janeiro, Rondônia, Tocantins e Goiás.
A situação mais dramática é no Maranhão, onde Alckmin poderá ficar sem apoio de ninguém, já que a candidata do PFL ao governo do Estado, senadora Roseana Sarney, pode seguir os passos do pai, o senador José Sarney (PMDB-AP), e apoiar informalmente a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O PSDB local está fechado com o pedetista Jackson Lago, mas se o PDT se mantiver na disputa presidencial com o senador Cristovam Buarque, Alckmin corre o risco de ficar sem palanque no Estado.
– Muitos acordos só são fechados mesmo na última hora. Estou tranqüilo – minimizou Alckmin.
O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), foi obrigado a aprovar uma intervenção em Goiás para garantir que o partido lançasse a candidatura do senador Demóstenes Torres ao governo do Estado, onde parte dos pefelistas preferiam acompanhar os passos do ex-governador tucano Marconi Perillo que está apoiando a reeleição de seu vice Alcides Rodrigues, do PP. A despeito de impasses como esse, Bornhausen está otimista e garante que se esforçará até o último minuto para fechar o máximo de alianças com o PSDB nos Estados.
– Minha prioridade continua sendo ganhar a eleição nacional. Por isso, vou lutar até o fim para fecharmos acordo no maior número de Estados – garantiu Bornhausen.
Dos dez Estados onde as negociações ainda estão em curso, as maiores chances de acordo estão no Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará. O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), passou nesta quarta-feira o dia empenhado em resolver a situação no Piauí, onde o PFL ameaça lançar o senador Heráclito Fortes ao governo do Estado, caso o candidato tucano Firmino Filho não aceite compor sua chapa com o nome do ex-governador Hugo Napoleão para o Senado.
Em Santa Catarina, o PSDB poderá indicar o vice na chapa do governador Luiz Henrique, do PMDB, e o PFL o candidato ao Senado. No Ceará, o governador tucano Lúcio Alcântara estaria disposto a apoiar a candidatura do deputado Moroni Torgan (PFL) ao Senado. No Rio Grande do Sul, o PFL estaria dependendo de uma última conversa com o PMDB para definir se apoiará ou não a candidatura da tucana Yeda Crusius ao governo estadual.
Em Sergipe, foi feita uma nova oferta ao PSDB para que o partido indique o vice na chapa à reeleição do governador pefelista João Alves e o primeiro suplente da candidata do PFL ao Senado. O ex-senador Albano Franco, candidato à Câmara pelo PSDB, deverá dar uma resposta nos próximos dias. No Paraná, o PFL havia se comprometido a apoiar a candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo do Estado, mas se o PDT lançar Cristóvam à Presidência, o partido poderá caminhar para um acordo com o PSDB em torno do nome de Rubem Bueno, do PPS.
Embora o PFL formalize nesta quinta-feira a candidatura do deputado José Roberto Arruda ao governo do Distrito Federal, com o senador Paulo Octávio como vice, Bornhausen ainda acredita na possibilidade de um acordo local com o PSDB. A expectativa dos pefelistas é de que a governadora tucana Maria Abadia possa desistir de disputar a reeleição, caso não consiga o apoio formal do ex-governador Joaquim Roriz, do PMDB. O mais provável, contudo, é que Alckmin acabe tendo dois palanques no Distrito Federal. Falta acordo também no Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Alckmin, no entanto, já tem assegurado palanque único no Acre, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, São Paulo e Roraima. Isso não significa que o PSDB e o PFL estejam formalmente coligados em todos esses Estados. Na Bahia, por exemplo, os dois partidos não devem oficializar qualquer aliança, mas Alckmin já acertou que subirá no palanque do governador Paulo Souto, do PFL. Lá os tucanos não têm candidato próprio ao governo do Estado, apenas deverão disputar a vaga do Senado com o ex-prefeito Antonio Imbassahy. O PFL, por sua vez, está apoiando o nome do senador Rodolpho Tourinho.
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