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 | 14/06/2006 14h25min

Impasse sobre reajuste dos aposentados emperra votações

Governo diz que não tem como arcar com custo extra de R$ 7 bilhões este ano

Governo e oposição continuam medindo forças em torno do reajuste dos aposentados. O governo diz que não tem como arcar com um custo extra de R$ 7 bilhões este ano e tenta impedir a extensão do reajuste de 16,7% dado ao salário-mínimo a todos os aposentados e pensionistas do INSS, mas a oposição não arreda pé. Nesta quarta-feira, o plenário da Câmara adiou para a semana que vem a votação da Medida Provisória 291, que reajustou em 5% os benefícios acima de um salário-mínimo.

Como a MP tem que ser votada primeiro, a matéria foi retirada de pauta para que os dois lados tentem um acordo sobre um valor intermediário de reajuste. A medida foi editada por Lula no dia 7 de abril e concedeu reajuste de 5% aos aposentados que ganham mais de um salário-mínimo. Porém, a oposição conseguiu aprovar na Câmara, no dia 7 de junho, uma emenda à MP 288, que reajustou o salário-mínimo de R$ 300 para R$ 350, estendendo o reajuste de 16,7% a todos os aposentados.

Os governistas acusam a oposição de tentar desgastar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, forçando-o a vetar o reajuste, medida extremamente impopular, principalmente em ano eleitoral. Para que o presidente não seja obrigado a vetar o reajuste, o governo precisa aprovar a MP 291 e derrubar no Senado a emenda incluída na MP do salário-mínimo.

O reajuste de 5% atinge 8,2 milhões de benefícios e entrou em vigor no dia 1º de abril. Segundo o governo, ele já representou um ganho real de até 1,5% para os aposentados. Em doze meses, o custo para a Previdência da mudança no reajuste seria de R$ 12 bilhões.

O requerimento de retirada de pauta da MP foi apresentado pelo PTB e apoiado pelos líderes. Com isso, o plenário da Câmara só retoma as votações na semana que vem. Hoje à tarde haverá reunião, mas a sessão não é deliberativa.

AGÊNCIA O GLOBO

 

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