| 06/06/2006 20h39min
A oposição cobrou do presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), uma postura firme diante da invasão da Câmara dos Deputados por representantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST). Calheiros disse que, assim que soube da invasão, telefonou ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), para oferecer o reforço da segurança do Senado e qualquer outra providência que fosse necessária.
O presidente do Congresso ressaltou que determinou aos seguranças da Casa que, se os manifestantes tentassem invadir o Senado, fossem presos, mesmo que fosse preciso convocar o batalhão de choque da Polícia Militar do Distrito Federal. Esse gurpo estava de prontidão do lado de fora.
Os líderes do PFL e do PSDB no Senado, José Agripino (RN) e Arthur Virgílio (AM), foram à tribuna, Eles questionaram o fato de o principal líder do MLST, Bruno Maranhão, apontado como coordenador da invasão da Câmara, ser membro da Executiva Nacional do PT.
– O presidente Lula tem contas a prestar ao país. Quero ver se ele vai pedir ao PT que desfilie o Bruno Maranhão – afirmou Agripino Maia.
Para Arthur Virgílio, o ato de hoje mostrou que as "instituições estão sendo postas em xeque". O senador lembrou o fato de terem sido absolvidos parlamentares cujo pedido de cassação havia sido aprovado pelo Conselho de Ética da Câmara por suposto envolvimento com recebimento de propinas.
– Poder que não se dá o respeito perece – afirmou.
A reação dos senadores à invasão da Câmara fez com que o presidente do Senado determinasse ao diretor-geral da Mesa a convocação de uma reunião nesta quarta-feira com todos os líderes partidários das duas casas legislativas. O objetivo é decidir se será instalada uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para investigar parlamentares e assessores das duas Casas acusados de envolvimento na compra superfaturada de ambulâncias.
– Essa decisão não será monocrática, será tomada pelo colegiado – afirmou Calheiros.
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