| 01/06/2006 16h39min
Um grupo de parlamentares entregou à Mesa do Congresso Nacional novo requerimento solicitando a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias de uso fraudulento de recursos do orçamento na compra de ambulâncias para alguns municípios brasileiros. O documento, com a assinatura de 230 deputados e 30 senadores, foi apresentado pelos deputados Maninha (P-Sol-DF), Raul Jungmann (PPS-PE), Fernando Gabeira (PV-RJ) e Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) e a senadora Heloisa Helena (P-Sol-AL). O número de assinaturas supera as exigências regimentais. A CPI, segundo Heloísa, é uma obrigação.
– O povo exige que o Congresso Nacional dê um fim ao banditismo político. É necessário identificar quais parlamentares e quais funcionários dos ministérios da Fazenda e da Saúde participaram das fraudes na aquisição de ambulâncias – afirmou a senador do P-Sol.
Gabeira acrescentou que se o presidente do Senado, Renan Calheiros, encontrar novamente "uma filigrana política para impedir instalação da CPI", o grupo vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). O requerimento anterior foi indeferido pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, porque as subscrições estavam caracterizadas como "assinaturas de apoiamento".
O deputado Raul Jungmann comemorou o número de assinaturas. Ele ressaltou que, se novamente alguma assinatura for retirada, os defensores da CPI conseguirão novas adesões. E avisou que serão divulgados os nomes dos desistentes.
– Em 48h nós demos a volta por cima e conseguimos o número suficiente de assinaturas – afirmou.
Perguntado se a CPI seria viável neste momento, com o Congresso esvaziado por conta das eleições e da Copa do Mundo, Jungmann disse que a instalação da comissão "é uma questão de moral" e os parlamentares que faltarem devem devolver os salários. Para o deputado, a CPMI é importante para esclarecer a participação de parlamentares nas fraudes.
– "Não interessa [à
população] a renovação de mandatos de deputados
que estejam sob suspeita – disse.
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