| 25/05/2006 15h50min
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, considerou acertada a decisão dos presidentes da Câmara, do Senado e do procurador-geral da República. Eles vão aguardar o resultado das investigações do Ministério Público para depois investigar parlamentares que possam estar envolvidos nas fraudes descobertas pela Operação Sanguessuga da Polícia Federal. Agora, a Comissão de Sindicância da Corregedoria da Câmara enviará os documentos das investigações para o procurador.
– A minha proposta inicial foi exatamente esta que foi adotada agora pela Câmara. Era que ela designasse uma comissão para acompanhar as investigações feitas pela Polícia Federal, e os desdobramentos disso ordenados e capitaneados pela Procuradoria Geral da República. Eu acho que foi uma solução acertada, porque fazer uma investigação desse vulto na Câmara dos Deputados seria difícil de viabilizar em termos concretos e materiais – disse Bastos em cerimônia no Ministério da Justiça.
Na Operação Sanguessuga, a Polícia Federal desarticulou uma quadrilha que fraudava licitações para compra de ambulâncias, unidades móveis de tratamento intensivo e equipamentos hospitalares. O esquema tinha integrantes que atuavam dentro do Congresso Nacional, para definir a compra de ambulâncias por meio de emendas parlamentares.
Também estão sendo investigados funcionários do Ministério da Saúde, das prefeituras e de uma associação de municípios do Mato Grosso. A operação abriu mais de 140 inquéritos sobre 76 municípios, envolvendo mais de mil ambulâncias, que custavam em média R$ 100 mil.
Depois de receber a lista de parlamentares citados, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados havia decidido investigar apenas 16 dos 63 deputados mencionados no documento da Justiça Federal como possíveis envolvidos nas fraudes. Anteriormente, a lista continha 65 parlamentares, sendo um senador, 62 deputados, o ex-deputado Rovinon Santiago e um suplente.
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