| 23/05/2006 18h32min
Há quatro anos ele fez história no triathlon, ao ser o primeiro cadeirante da América Latina a disputar um Ironman, a prova que é o sonho da maioria dos triatletas. Hoje, o vicentino Eliziário dos Santos, o "Motorzinho" segue em destaque e continua o único em sua categoria no Ironman Brasil, que será disputado domingo, dia 28, em Florianópolis.
Sempre testando seus limites, ele agora tem um objetivo, baixar a marca feita no ano passado, quando completou os 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42,2 km de corrida em 14 horas e 06 minutos. Aos 44 anos de idade, o ex-ultramaratonista, que ficou paraplégico ao ser baleado durante um assalto à loja que gerenciava em 1995, mostra animação, apesar de ainda não contar com os equipamentos ideais para uma melhor performance.
Além disso, tem como agravante só contar com a força dos braços durante todo o desafio, enquanto que os triatletas têm o auxílio fundamental das pernas. Ele sabe que a tarefa
exigirá muito, sobretudo dos
braços, e mais ainda, das mãos, pois utilizará cadeiras de rodas em mais de 220 km ininterruptamente.
– É muito duro, complicado. As cadeiras especiais para o ciclismo e a corrida custam em torno de 20 mil reais. Há muito custo, porque tenho de levar três cadeiras, duas obrigatórias e uma outra para usar na transição. Já tenho uma cadeira melhor no ciclismo, mas não é a top. Em todo o caso, vou me empenhar ao máximo, porque sou persistente – comentou Motorzinho, sempre sorridente.
Na prova, sua maior dificuldade é a natação.
– A água é muito gelada e tem correnteza – ressaltou o triatleta, que iniciou a preparação para o Ironman em janeiro. Por semana, completou em média, 300 km no pedal, 120 km no atletismo e outros 22 na natação.
Motorzinho ganhou este apelido quando era ultramaratonista (corridas de 100 km ou mais), antes de levar o tiro em 95. Dois anos depois já estava de volta aos esportes adaptados,
inicialmente em corridas, de forma bem suave, e em 2002
começou no triathlon, no Troféu Brasil, com apoio do organizador Núbio de Almeida.
Considerado um guerreiro pelos companheiros de treinos e competições, Motorzinho procura disputar o máximo de provas possíveis, sempre buscando incentivar novos cadeirantes e deficientes físicos a adotarem o esporte como meio para transpor barreiras.
– Desde que iniciei no esporte adaptado, tento trazer mais pessoas. Fico muito feliz com a vida que consegui ter, com os amigos, a ajuda –, lembrou Motorzinho, que tem o patrocínio da Memorial, Foto Louzada, Semes e o apoio da Vit Shop.
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