O requerimento solicitando a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o chamado esquema das sanguessugas foi entregue hoje ao presidente em exercício do Congresso Nacional, senador Tião Viana (PT-AC). Como se trata de uma CPI mista, caberá ao presidente do Congresso, Renan Calheiros, decidir se instala ou não a comissão. Tião Viana afirmou que entregará o requerimento a Renan na próxima segunda-feira.

O documento foi assinado por 30 senadores (o número mínimo seria de 27) e 230 deputados (exige-se o mínimo de 171). O esquema foi revelado por uma operação da Polícia Federal.

Os parlamentares – entre eles os deputados Raul Jungmann (PPS-PE), Fernando Gabeira (PV-RJ), Maninha (P-Sol-DF), Chico Alencar (Psol-RJ), e Orlando Fantazzini (P-Sol-SP) – também protocolaram o requerimento na Mesa Diretora do Congresso.

– Esta é uma CPI para limpar a imagem da Casa – disse Jungmann.

O esquema de corrupção que a CPMI deverá investigar foi desbaratado pela Polícia Federal com a Operação Sanguessuga, que prendeu 46 pessoas, entre empresários, assessores parlamentares, funcionários do governo federal e dois ex-deputados. Estima-se que a quadrilha tenha desviado cerca de R$ 110 milhões desde 2001.

Não opinião de Jungmann, o Congresso não pode assistir às investigações sem tomar providências, já que alguns parlamentares são suspeitos de terem participado do esquema. Segundo ele, nem a Polícia Federal, nem o Ministério Público da União tem autonomia para investigar parlamentares.

O relator da comissão de sindicância instalada na Câmara para investigar o possível envolvimento de parlamentares no esquema, Robson Tuma (PFL-SP), pretende ouvir na próxima semana cinco deputados, dois assessores e dois secretários que estão sob suspeita. O pedido de investigação foi determinado pelo presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

AGÊNCIAS CÂMARA E SENADO