Em levantamento concluído nesta semana, a Controladoria-Geral da União (CGU) detectou indícios de fraude na compra de ambulâncias em 60 municípios.

As irregularidades não estão necessariamente relacionadas com a quadrilha investigada na Operação Sanguessuga, da Polícia Federal (PF), mas há casos envolvendo as mesmas pessoas. Entre as irregularidades verificadas, estão superfaturamento dos veículos, entrega de ambulâncias usadas no lugar de novas e fracionamento das vendas para burlar a Lei de Licitações.

Em pelo menos duas licitações a Controladoria constatou superfaturamento na compra de veículos a partir de emendas do deputado Nilton Capixaba (PTB-RO), um dos principais alvos da operação da PF. Num dos casos, Capixaba apresentou emenda para compra de uma ambulância ano 2000 por R$ 69,4 mil. Emenda de um outro deputado para a aquisição de um veículo idêntico previa gasto de R$ 45,6 mil, sendo que o automóvel era um ano mais novo.

Num outro trabalho, a CGU enviou também à PF um total de 301 processos de prestação de contas de convênios para a compra de ambulâncias em 17 Estados. Em 90% dos casos, os vencedores da licitação são empresas ligadas à Planam, principal beneficiária da venda de ambulâncias superfaturadas para os municípios, de acordo com a PF.

Os direcionamentos de licitação são feitos para beneficiar determinadas empresas com o esquema fraudulento. As prefeituras fazem exigências que somente as empresas escolhidas podem cumprir.

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