| 17/05/2006 07h40min
A violência nas cidades brasileiras – e os agentes e instituições de segurança pública que devem combatê-la – é fio condutor de narrativas de diversos livros e filmes produzidos no país por autores tão diferentes como músicos, jornalistas, sociólogos e médicos.
O tema é polêmico, mas mobiliza o público. O longa de Hector Babenco Carandiru teve, no primeiro final de semana de exibição nas telas de cinema, mais de 460 mil espectadores. O filme é baseado em Estação Carandiru, escrito por Dráuzio Varella depois que este fez trabalhos voluntários de prevenção à Aids na extinta Casa de Detenção de São Paulo. O filme tem ares de romance, mas é cravado na realidade com que Varella conviveu dentro de presídio.
Cidade de Deus, outro filme baseado em um livro (de mesmo nome, de Paulo Lins), também conquistou público e crítica, mostrando o cotidiano do conjunto habitacional que virou berço de traficantes no Rio.
Pois são o reduto e a vida de outro traficante, o Marcinho VP, os atrativos principais de Abusado, do jornalista Caco Barcellos. O livro, que logo estava na lista dos mais vendidos, é considerado por alguns o motivo do assassinato de Marcinho, encontrado morto em uma lata de lixo no presídio de Bangu 3, no Rio. Caco descarta a relação no posfácio que escreveu após a morte do bandido. Vale dizer que o jornalista consumiu todos os finais de semana e dois períodos de férias em quatro anos na pesquisa que originou o livro: de 588 páginas.
Agora, Elite da Tropa é o centro da polêmica envolvendo publicações sobre o tema da violência e da segurança. O livro fala sobre o batalhão de elite da Polícia Militar carioca, nem sempre sob uma ótica positiva para a corporação. O detalhe é que quem bota o dedo na ferida é o oficial da ativa André Batista – o outro é o capitão reformado Rodrigo Pimentel e o terceiro, o sociólogo Luiz Eduardo Soares.
JANAÍNA SILVEIRAGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.