| 10/05/2006 14h48min
O senador José Agripino Maia (PFL-RN) disse que a jornalista Soraya Aggege, do jornal O Globo, merece uma oportunidade de ser ouvida. A declaração foi feita durante uma indagação ao ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira. Além disso, o parlamentar acrescentou que o empresário Marcos Valério deverá ter direito de resposta, já que foi citado na entrevista de Pereira ao jornal carioca. Agripino Maia cogitou pedir a abertura de uma nova CPI para investigar as denúncias feitas por Pereira na entrevista ao jornal O Globo.
– Em nenhum momento desrespeitei a Soraya – disse ao afirmar que a entrevista é verdadeira, embora alegue não saber do teor da matéria porque desde a publicação não leu o material.
Silvio Pereira afirmou que a jornalista não mentiu. Ele declarou ainda que não sabe se as próprias declarações são resultado de fantasias ou fatos reais.
Silvio Pereira negou já ter recebido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva qualquer orientação indevida sobre as arrecadações do partido.
– Nem hoje, nem na época em que era o dirigente do PT. Eu nunca recebi dele qualquer orientação indevida – disse.
Pereira afirmou ainda ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP) que empresário Marcos Valério teria tentado levantar recursos de formas indevidas, mas que as autoridades do Banco Central não teriam permitido.
Pereira entrou em contradição durante seu depoimento. Após responder a pergunta do senador Magno Malta (PL-ES) sobre detalhes da entrevista, Silvio Pereira afirmou que a segunda parte da entrevista não teria sido publicada.
Efraim Morais (PFL-PB) questionou a afirmação. Ele perguntou como ele sabe que parte da entrevista não foi publicada se já havia afirmado que não leu a entrevista.
– Vossa senhoria me permita, mas o senhor está querendo fazer a gente de besta. Eu não acredito que o senhor não tenha lido – disse.
O ex-secretário do PT argumentou que sabia porque perguntou aos amigos o que foi publicado na entrevista. O presidente da CPI, Efraim Morais (PFL-PB), mandou fazer uma cópia da reportagem e repassou para Silvinho:
– Acho bom o senhor ler hoje à noite porque o depoimento amanhã será mais complicado – disse Efraim, numa referência ao depoimento que Silvinho irá prestar nesta quinta-feira no Ministério Público.
Silvio Pereira não gostou do tom irônico e resolveu não responder mais:
– Eu me reservo no direito de permanecer em silêncio – disse, no momento em que começava a responder às perguntas do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
O senador fez uma série de perguntas, mas só conseguiu tirar do ex-secretário do PT uma declaração que ele já tinha dado no início do depoimento:
– O erro que cometi assumi publicamente e vou pagar por ele. Repito para o senhor, olho no olho, eu não li a entrevista do Globo.
ACM dissera que era uma ofensa muito grande, não só a si próprio
como aos seus advogados, que Silvio Pereira não tenha comentado a
entrevista com ninguém.
Silvio disse ainda que está procurando emprego, mas negou-se a responder a perguntas dos senadores sobre se estaria ficando louco ou se sua falta de memória recente se deve ao Mal de Alzheimer. Em seu depoimento, o ex-secretário mostrou ainda certo ressentimento com alguns petistas, como Raul Pont, que teria feito críticas a Silvio Pereira. O depoente disse que exigiu do partido ajuda financeira para o Rio Grande do Sul na campanha passada.
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