| 09/05/2006 12h30min
O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, pediu apoio ao Senado nesta terça para a criação de um departamento especializado no setor de energia dentro do Itamaraty. Amorim disse que o departamento trataria também de outros tipos de combustíveis além do gás, como etanol e biodiesel, e sugeriu que haja uma subdivisão no órgão entre combustíveis fósseis e fontes de energia renováveis.
Amorim também defendeu, frente aos senadores, a postura do governo em relação à crise do gás com a Bolívia. Segundo ele, o governo agiu de forma equilibrada, com "abertura no diálogo e firmeza na negociação".
Ele admitiu que a dosagem usada na diplomacia é "sempre subjetiva". Mas, citando o "desnecessário" uso de forças militares pela Bolívia nas companhias estrangeiras, Amorim afirmou que a reação do Brasil teve por objetivo "prevenir reações irracionais" e facilitar a defesa dos interesses brasileiros.
– O pior que poderia acontecer é uma radicalização da posição. A politica do Brasil nunca será a do porrete, será sempre a da boa vizinhança – afirmou.
Segundo o ministro, o "período de confrontação" pelo qual o país passou está "muito ligado a um período pré-eleitoral" na Bolívia e a racionalidade com que o país vizinho tem agido poderia desaparecer caso o Brasil radicalizasse sua postura. Amorim disse que o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, viajarão nos próximos dias para a Bolívia.
O ministro ressaltou ainda dois parágrafos do comunicado conjunto divulgado na semana passada pelos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, da Argentina, Néstor Kirchner, da Bolívia, Evo Morales, e da Venezuela, Hugo Chávez, sobre o preço e abastecimento de gás.
O texto diz que "os presidentes coincidiram na necessidade de preservar e garantir o fornecimento de gás" e concordaram que a "discussão sobre o preço tem que ser racional", de forma a viabilizar investimentos.
Apesar de toda a instabilidade, diz, a Bolívia, tem sido fornecedor confiável ao Brasil.
– Nunca faltou gás ao Brasil – disse, lembrando que a única ameaça real de corte no abastecimento teve causas naturais.
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