| 08/05/2006 20h52min
O presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou hoje uma suposta conspiração de fora do país contra a nacionalização dos hidrocarbonetos que decretou há uma semana. Morales, no entanto, não identificou os responsáveis pelo plano. Morales fez a denúncia em um ato de inauguração de um centro oftalmológico criado com ajuda cubana, na cidade de Copacabana, perto da fronteira com o Peru e nas margens do lago Titicaca.
– Do exterior, querem conspirar contra nosso governo, contra a democracia – disse em seu discurso. Morales ainda elogiou o líder cubano, Fidel Castro, e repudiou os Estados Unidos e os países com economias de mercado.
– Não querem que nós, os índios, controlemos nossos hidrocarbonetos – disse Morales, pedindo aos presentes ao ato que defendam o país e seu governo das supostas tentativas desestabilizadoras.
O presidente boliviano também advertiu para a existência de pessoas infiltradas no governo que operam como agentes das multinacionais petrolíferas com investimentos na nação andina, e que ficaram em maus lençóis devido à reforma decretada. No sábado passado, em um comício na cidade central de Cochabamba, Morales disse ter descoberto um funcionário que pretendia entregar uma cópia da minuta do decreto nacionalizador às companhias, durante os dias em que o documento era redigido.
Há uma semana, o governo boliviano decretou que o Estado passa a ter o controle absoluto do gás e do petróleo e da exploração e comercialização destes hidrocarbonetos. A medida gerou polêmica internacional e fez com que petrolíferas estrangeiras reavaliassem sua permanência na Bolívia.
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