| 08/05/2006 20h11min
De passagem por São José, na Grande Florianópolis, na tarde desta segunda-feira, os deputados federais pelo PFL, Antônio Carlos Magalhães Neto (BA) e Rodrigo Maia (RJ) descartaram o Impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, face à entrevista do ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira. Mas entendem que o teor da entrevista de Pereira ao jornal O Globo aproxima Lula do episódio do mensalão.
Maia e ACM Neto participaram do primeiro debate promovido pelo Instituto Tancredo Neves dentro da Programação da Agenda Brasil 2007, ciclo de eventos que trará algumas das principais lideranças pefelistas ao Estado para discussão de temas de interesse local. Segundo o presidente do instituto, Paulo Bornhausen, tais temas poderão compor o programa de governo do ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB).
– Quem lê a entrevista de Silvio Pereira vê que aquilo era impossível de ocorrer sem a anuência do presidente Lula. Ela aproxima o presidente do episódio –entende o deputado baiano, que foi membro da CPI dos Correios.
Rodrigo Maia, líder da bancada do partido na Câmara, acredita que Silvio Pereira tentou proteger o ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu.
– Ele tem que dar informação para proteger alguém, e foi o caso da entrevista. Ele está isolado, e quando uma figura que participou de um fato como esse é isolado, há uma chance de que comece a falar – argumenta.
Maia não acredita, no entanto, que Lula está imune ao desgaste das denúncias, e estima que, não fosse o trabalho das CPIs e da imprensa, o presidente "não estaria com 40% mas sim 70%" de intenção nas pesquisas. Por isso, tanto ele como o correligionário entendem que o impedimento do presidente não ocorre através do Congresso.
– Não há condições no Legislativo, onde a base aliada sustenta o governo e evita as cassações, para que o Impeachment vá adiante. Mas o Brasil está aguardando as eleições para julgar o presidente Lula – observa ACM Neto.
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