O ministro da Energia da Venezuela, Rafael Ramírez, disse hoje que seu país "não espera" que a Opep promova um aumento de sua produção de petróleo na reunião ministerial extraordinária que será realizada em 1º de junho em Caracas.

– Não esperamos (o aumento da produção da Opep), mas como o cenário petrolífero mundial está mudando tanto, qualquer coisa pode acontecer, a qualquer momento – disse Ramírez em entrevista à televisão estatal venezuelana.

A 141ª Conferência Ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) servirá para "continuar observando o mercado petrolífero" e as "políticas conjuntas" do cartel, acrescentou Ramírez. Em sua última reunião, em 8 de março em Viena, a Organização decidiu manter em 28 milhões de barris diários a produção de 10 dos 11 membros (todos com exceção do Iraque).

Ramírez disse que "é pouco" o que a Opep "pode fazer agora" para influir nos preços internacionais do petróleo, que dispararam até níveis recordes nas últimas semanas. A tendência de alta do petróleo "se deve fundamentalmente à tensão geopolítica relacionada ao Irã, um grande produtor e exportador (membro da Opep) que está sob ameaça dos Estados Unidos", segundo o ministro.

– O mercado sabe que a Administração americana poderia cometer a loucura de agredir o Irã, então o preço até disparar até os US$ 100 por qualquer coisa – disse Ramírez.

Outro motivo da alta das cotações, segundo o ministro venezuelano, é a "incapacidade" dos países produtores de aumentar sua produção e dos países consumidores de aumentar sua capacidade de refino.

– A lógica do mercado foi, durante anos, que ninguém investia em refino porque era um mau negócio, então agora há petróleo abundante, os estoques estão em níveis históricos, mas não há quem o refine, por isso o petróleo vai encarecendo – argumentou Ramírez.

AGÊNCIA EFE