O deputado Eduardo Valverde (PT-RO) disse "apostar na inocência" do deputado Vadão Gomes (PP-SP). Ele questionou se deve ser feita "condenação sumária em cima de provas frágeis". Em sua opinião, o tom do relatório elaborado pelo deputado Moroni Torgan (PFL-CE) é definido nas últimas páginas do texto, quando o relator diz que o julgamento é político.

Valverde participa de reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, na qual está sendo discutido o parecer contra Vadão, acusado de ter sido beneficiado pelo esquema do valerioduto. Torgan considerou, baseado principalmente em ligações telefônicas, que há indícios “fortíssimo” do envolvimento do deputado com o empresário Marcos Valério.

Vadão Gomes é acusado de ter recebido R$ 3,7 milhões em dinheiro de Valério, apontado como operador do mensalão. A quantia teria sido repassada ao parlamentar nos dias 5 de julho e 16 de agosto de 2004, em um hotel em São Paulo.

O deputado Márcio Reinaldo Moreira (PP-MG) também destacou que as denúncias contra Vadão não foram comprovadas. Moreira acredita que há contradições nas informações prestadas por Marcos Valério. Ele repetiu que a denúncia é "vazia e sem provas". O deputado José Carlos Araújo (PL-BA), por sua vez, disse o relatório de Torgan"é baseado em ilações e suposições, provas indiretas e circunstanciais, e versões contraditórias não confirmadas".

Apesar de a votação do processo ainda não ter começado, o deputado Edmar Moreira (PFL-MG) já declarou que seu voto será contra o relatório. O parlamentar acredita que o plenário não irá referendar as conclusões do parecer. Ele também destaca que, no caso de dúvida, o benefício é do réu.

AGÊNCIA CÂMARA