| 28/05/2002 07h15min
O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nessa segunda, dia 27, que todos os candidatos a sua sucessão, “em maior ou menor grau, olham o futuro com confiança e se distanciam de posições radicais”. Segundo FH, não há “a mais remota possibilidade de alguém que venha com propostas de retrocesso político”.
FH discursou ontem em Brasília na cerimônia de lançamento do livro Presidentes do Brasil – De Deodoro a FHC, organizado pelo professor Fábio Koifman, da Universidade Estácio de Sá. O livro diz que FH “tem fama de agradar às mulheres”, embora não tenha nenhuma característica física especial que justifique o apelo. “Se não há explicação estética para isso, a explicação deve estar em outra esfera”, arrisca o livro, citando uma inteligência brilhante aliada a uma cordialidade inquebrantável.
Segundo os autores, FH possui uma notória capacidade de sedução. “Embora os efeitos nuns e noutros possam ser diferentes, o encanto de FH tanto se exerce em homens quanto em mulheres que tenham contato pessoal com ele”, diz o livro. Depois de afirmar que a vaidade é o principal pecado que o presidente reconhece em si mesmo, o livro aponta outros – gula e avareza. Diz que o presidente gosta de buchada de bode, prato que lhe foi apresentado na campanha eleitoral de 1994, em Caruaru (PE).
O livro lembra alguns “descuidos” da carreira política de FH, como ter admitido que experimentou maconha, não ter respondido se acreditava em Deus e ter se sentado na cadeira do prefeito de São Paulo – tudo isso durante a campanha para prefeito de São Paulo em 1985, eleição que perdeu para Jânio Quadros. FH disse que lhe agradou o tom coloquial e as “referências à dimensão humana” dos presidentes. Para ele, as informações são apresentadas com muita leveza e com um certo humor.
– Devo dizer que é sempre um pouco incômodo para quem ainda é presidente ver-se na História. Ainda não terminou – disse ele.
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