Em comunicado divulgado nesta terça, a Associação Brasileira da Indústria de Base e Infra-estrutura (Abdib) lamentou a decisão do governo boliviano de nacionalizar todas as etapas da produção e comercialização de petróleo e gás naquele país. A entidade classificou a medida como "um claro desrespeito" aos contratos firmados com cerca de 20 empresas internacionais.

Somente a Petrobras, que responde por 45% da produção de gás na Bolívia, investiu mais de US$ 1 bilhão nos últimos anos e, agora, cancelou projetos de US$ 2 bilhões, previstos para serem implementados até 2010.

A Abdib afirma que o governo brasileiro deve agir prontamente e com firmeza.

– O melhor caminho para atender aos interesses sociais da população, políticos dos estados e econômicos das empresas produtoras ainda é a mesa de negociações, opção que o governo boliviano jamais deveria ter abandonado e que a Petrobras e o Estado brasileiro vinham apostando – diz a entidade.

Além da diplomacia, a Abidib defende que o Brasil deve apostar na aprovação de um marco regulatório específico para o setor de gás natural, "que seja atrativo ao investimento privado e que permita fortalecer a infra-estrutura interna nas atividades de produção e de transporte do insumo".

A meta do Brasil, depois de atingida a auto-suficiência do petróleo, segundo a entidade deve ser a de diminuir a dependência do país das reservas bolivianas – que hoje representam 51% do consumo brasileiro de gás natural – e acelerar os investimentos necessários para antecipar e distribuir o gás existente nos campos gigantes descobertos recentemente no litoral Sudeste.

AGÊNCIA O GLOBO