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 | 01/05/2006 12h30min

Dirigente boliviano diz que pediu asilo político ao Brasil

Edil Gericke teme ser preso por defender siderúrgica brasileira

O dirigente boliviano Edil Gericke, líder dos protestos realizados pela população fronteiriça de Puerto Suárez para defender a siderúrgica brasileira EBX, assegurou hoje que pediu asilo político ao Brasil porque teme ser detido na Bolívia.

Gericke disse que no domingo se apresentou à Polícia Federal em Corumbá, vizinha a Puerto Suárez, "para iniciar os trâmites do asilo político".

– Estou pedindo asilo porque sinto que meus direitos estão sendo violados, há muitas ameaças contra mim por causa deste problema – afirmou o dirigente, que evitou esclarecer se mais tarde voltará a Corumbá ou se ficará no lado boliviano da fronteira.

Os habitantes de Puerto Suárez e de outras localidade próximas fazem manifestações desde a semana passada e bloquearam uma estrada que leva ao Brasil em protesto contra a decisão do governo de expulsar a siderúrgica EBX, porque isto representará a perda de muitos postos de trabalho.

O Executivo acusa a companhia de ter violado a Constituição ao se instalar a menos de 50 quilômetros da fronteira e construir fornos que funcionam com carvão vegetal sem permissões ambientais.

Um juiz boliviano ordenou no sábado que a siderúrgica seja derrubada, o que levou os manifestantes de Puerto Suárez a cercar a fábrica para protegê-la da possível intervenção dos promotores.

Os donos da empresa serão chamados para depor na cidade de Santa Cruz nos próximos dias.

Os moradores da região realizarão hoje um ato pelo Dia do Trabalho na fronteira que contará com a participação de Gericke e de alguns cidadãos brasileiros, em solidariedadde aos seus vizinhos bolivianos.

As unidades militares da região estão em estado de emergência desde sábado para evitar que os protestos afetem as instalações das empresas que exportam gás para o Brasil.

AGÊNCIA EFE
 

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