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 | 01/05/2006 12h03min

Protestos marcam o 1º de maio em todo o mundo

Trabalhadores da Ásia e da Europa foram às ruas

O Dia do Trabalhador é celebrado hoje em quase todos os países do mundo com protestos. Em diversos países asiáticos, a polícia foi acionada para conter as manifestações que pedem por melhores condições para os trabalhadores. Na Europa, partidos e sindicatos também convocaram os trabalhadores a saírem às ruas.

Em Jacarta, na Indonésia, mais de 40 mil pessoas marcharam pelas ruas em oposição à reforma trabalhista proposta pelo governo, que reduz as indenizações por demissão e o tempo mínimo de contratação.

Nas Filipinas e no Cambodja, os milhares de trabalhadores que foram às ruas tiveram de enfrentar o forte esquema de segurança montado pela polícia. Não há notícia de feridos ou mortos. A polícia, no entanto, usou cassetetes e escudos para empurrar os manifestantes filipinos que tentavam se aproximar do complexo presidencial de Malacanang.

Durante a Noite de Walpurgis, celebração que precede às manifestações do dia do trabalho em Berlim, na Alemanha, a polícia prendeu 35 pessoas, a maioria delas por posse de drogas e armas. Dois mil agentes policiais participaram da segurança do protesto.

Na Itália, milhares de pessoas saíram às ruas de Milão, onde houve momentos de tensão devido à presença da ministra da Educação do Governo, Letizia Moratti, alvo de uma série de vaias e insultos que a levaram a deixar o ato. Durante o tumulto, uma mulher ficou levemente ferida na testa.

O primeiro de maio também foi celebrado nas maiores cidades da Itália com marchas e comícios, o principal deles em Locri (sul), reunindo os dirigentes dos três maiores sindicatos do país (CGIL, CSIL e UIL). Outra grande manifestação ocorreu em Turim (norte), onde, segundo os sindicatos, cerca de 100 mil pessoas saíram às ruas.

A França celebra o dia com as tradicionais manifestações dos sindicatos, que convocaram mais de cem marchas em todo o país. Os sindicatos franceses defendem o combate à precariedade do trabalho e se mostraram dispostos a protestar contra o Governo conservador e algumas medidas legais já em vigor que, na opinião deles, são prejudiciais aos trabalhadores.

Já em Viena, na Áustria, mais de 120 mil pessoas participaram da manifestação convocada pelo Partido Social-Democrata (SPÖ) e pela Federação de Sindicatos Austríaca (OeGB).

Sindicatos e diferentes partidos políticos também protestaram hoje na Rússia pedindo a erradicação da pobreza e a garantia de maiores salários e benefícios sociais aos trabalhadores. A Federação de Sindicatos Independentes afirmou que dois milhões de pessoas participaram das manifestações realizadas em mais de 800 cidades da Rússia com o lema Salários dignos para os trabalhadores, o mesmo usado no ano passado.

Um comício em Moscou reuniu 25 mil pessoas em frente à prefeitura. Os comunistas e outros partidos de esquerda realizaram sua própria manifestação e um comício junto ao Monumento a Karl Marx, na praça da Revolução, hasteando bandeiras vermelhas, além de retratos de Lenin e Stalin, e diversos cartazes. Já o partido liberal União de Forças de Direita levou cerca de 800 militantes às ruas, que marcharam pela cidade até um de seus portos fluviais.

Segundo a Polícia, que impôs rigorosas medidas de segurança por todo o país e só em Moscou mobilizou sete mil agentes, o feriado transcorreu sem incidentes, salvo uma briga entre militantes pró-comunistas da Vanguarda da Juventude Vermelha e skinheads do Movimento contra a Imigração Ilegal.

Centenas de militantes da oposição democrática bielo-russa manifestaram hoje em Minsk, em solidariedade a seus dirigentes presos pelo regime do presidente Alexander Lukashenko. A Prefeitura de Minsk tinha autorizado o comício da oposição, mas não uma manifestação ocorrida anteriormente. Após o fim do comício, os agentes prenderam o dirigente do Partido Cívico Unificado em Minsk, Igor Shinkarik, e entregaram uma intimação ao ex-presidente do Parlamento e primeiro chefe de Estado da Belarus pós-soviética, Stanislav Shushkievich.

Em Cuba, foram organizados atos em 14 capitais provinciais, nos quais se espera a presença de cerca de sete milhões de pessoas, segundo o sindicato único Central de Trabalhadores de Cuba (CTC). O presidente do país, Fidel Castro, preside o ato central em Havana, celebrado na ilha sob o lema Unidos em Defesa da Pátria Socialista.

AGÊNCIA EFE
 

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