| 27/05/2002 16h24min
O presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, afirmou que se "esgota nesta semana" o prazo para o país cumprir com as exigências impostas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para a concessão de novos empréstimos.
Duhalde conseguiu nesta segunda-feira, 27 de maio, o apoio político dos governadores Partido Justicialista (PJ, peronista) e estabeleceu o ultimato para que o país atenda aos pedidos do Fundo.
Os governadores ratificaram os 14 pontos da carta de intenções firmada um mês atrás para chegar a um acordo com o FMI. Eles também garantiram a Duhalde a anulação da Lei de Subversão Econômica nesta terça no Senado e o acordo sobre o déficit fiscal.
Duhalde fez um discurso em tom dramático durante reunião com os governadores provinciais do PJ, em Santa Rosa, capital da Província La Pampa, região central do país. O peronismo controla 14 das 24 Províncias argentinas. Ele admitiu que as soluções para a crise estão demorando muito. O presidente argentino disse que os governadores têm até esta semana para aprovar um pacto de ajuste fiscal.
Apenas oito das 24 províncias assinaram o acordo que estabelece que a província de Buenos Aires fará um ajuste de 50%, enquanto que as demais cortarão 60%. Neste prazo, o Senado também deve aprovar a anulação ou a modificação da Lei de Subversão Econômica, que tem sido utilizada por juízes para interrogar empresários e banqueiros suspeitos de delitos financeiros. Ambas medidas são pontos centrais das exigências do FMI para a liberação de recursos ao país.
A tarefa mais difícil para Duhalde será definir como será o novo Plano Bonex para sair do "corralito". Os bancos nacionais e oficiais apóiam o plano de trocar depósitos por bônus do governo, mas a medida encontra forte resistência das entidades financeiras estrangeiras. O presidente argentino condicionou a antecipação das eleições presidenciais, exigida pelos governadores, a uma "trégua" política até que seja encontrada saída para o "corralito" e se chegue finalmente a um acordo com o FMI. Alcançado isto, Duhalde teria prometido a rever o cronograma das eleições presidenciais, previstas para setembro do próximo ano.
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