Os dirigentes nacionais do PT aclamaram hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato para as eleições de outubro no primeiro dia do 13º Encontro Nacional do partido. O evento, que começou hoje e vai até domingo para traçar a estratégia eleitoral, mostrou o partido como um bloco unânime a favor da reeleição de Lula, embora o próprio presidente não tenha declarado abertamente sua intenção de disputar o pleito.

– Enquanto o PT faz as articulações políticas, eu vou continuar fazendo o que estou fazendo: trabalhar – afirmou.

Lula assistiu pela tarde a convenção que acontece em São Paulo acompanhado pelo vice-presidente, José Alencar. Os dois foram recebidos com palavras de ordem da campanha eleitoral passada por 1,2 mil pessoas, incluindo deputados, senadores, prefeitos e governadores. Representantes de 17 partidos de esquerda de 15 países participam como convidados.

Em seu discurso, o presidente disse que o partido deve estar pronto para reconhecer os erros e ser julgado pelo povo brasileiro e o sistema de justiça. Lula falou em meio aos aplausos de seus correligionários.

– Não podemos aceitar que os adversários sejam os juízes do PT, porque a história está cheia de exemplos de juízos precipitados – disse Lula.

Lula não abordou a possibilidade de ser candidato e disse que em seu governo recebeu muitos tiros da oposição. Ele manifestou que preferia não se queixar, nem falar mal dos adversários.

– Não vou falar, porque vocês me escolheram para governar, não para falar mal dos outros – disse em seu discurso.

Lula ainda elogiou emocionado seu ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Para o presidente, Palocci é um dos responsáveis pelo êxito do governo.

O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, declarou pouco antes de começar a convenção que Lula vai adiar ao máximo o anúncio oficial de sua candidatura. O prazo para fazê-lo acaba em 30 de junho. O ministro admitiu que é muito difícil que Lula deixe de escutar o chamado do PT para que seja seu candidato.