| 28/04/2006 13h45min
A Gol descartou nesta sexta a possibilidade de participar diretamente do controle da Varig, em um eventual leilão de ativos, mas admitiu que poderá absorver empregados e aviões, além de ampliar oferta de vôos para atender a demanda do mercado.
Segundo o vice-presidente financeiro e de relações com os investidores da Gol, Richard Lark, a companhia pode negociar até quatro aviões com empresas de leasing que não queiram receber aeronaves de volta, numa possível devolução pela Varig.
– O governo está preocupado com o sistema nacional de transporte, não quer gerar problemas para os passageiros e ainda tem a questão dos recursos humanos – comentou Lark sobre a proposta do governo de separar a Varig em duas e vender parte dos ativos em leilão.
Ele admitiu a possibilidade de a empresa atuar no transporte para garantir o bom funcionamento do sistema nacional, mas negou a participação na Varig, que "tem passivos muito grandes, e tem que ter certas proteções contra credores". Ele informou que a Varig tem 26 aviões Boeing 737, sendo quatro de nova geração (737-800), os mesmos utilizados na frota da Gol, e que poderiam ser aproveitados.
– Claro que a gente pode alugar essas aeronaves, mas elas têm que passar pelo nosso crivo de qualidade – explicou.
Lark também não vê ameaça de concorrência da possível "nova Varig" para o sistema de baixos custos e tarifas da Gol, avaliando que a empresa precisa de receita.
A Gol, criada em janeiro de 2001 com seis aviões, cresceu ao mesmo tempo em que a crise da Varig se agravava. Hoje, a Gol opera com 47 aeronaves, contabilizando cerca de 30% do mercado. No segundo semestre, a empresa recebe mais 11 Boeings 737-800. Até 2011, terá 90 aviões.
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