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 | 27/04/2006 19h55min

Advogado diz que acusações contra Palocci são intriga

José Batocchio alega que não há provas que incriminem ex-ministro

O advogado José Batocchio, que defende o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, disse que as acusações de hoje contra seu cliente surgiram de intrigas políticas. Exatamente um mês depois de deixar o Ministério da Fazenda, Antonio Palocci foi indiciado por mais quatro crimes: lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, peculato e falsidade ideologia. Durante duas horas e meia, ele prestou depoimento à Polícia Federal em Brasília.

– Num ano eleitoral, quais as forças atuam? O fator político interfere – disse Batocchio.

Palocci não quis falar sobre o assunto ao sair do depoimento, mas Batocchio disse que “"ele negou, repudiou e repeliu veementemente” todas as acusações da Polícia Civil.

O promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Daniel José de Angelis, disse que Palocci não apresentou nenhum documento que pudesse comprovar sua inocência. A defesa argumenta que não há provas que incriminem o ex-ministro.

– Eu não sei se ele foi indiciado. Se houve, é um absurdo jurídico, uma heresia, não há razão pra isso porque não se recolheu nenhum indício – disse Batocchio.

O inquérito que investiga o desvio de dinheiro público na prefeitura de Ribeirão Preto (SP) é presidido pela Polícia Civil de São Paulo, mas, por meio de uma carta precatória, o depoimento foi colhido pela polícia de Brasília. O promotor José de Angelis disse que a carta "já veio com a determinação de indiciamento". Segundo o promotor, o depoimento "não era dispensável, pelo direito de defesa" e pela possibilidade, sempre existente, de possíveis acusações a outras pessoas. Sobre o questionamento dos jornalistas de que o dinheiro desviado da prefeitura abasteceu o PT, o promotor afirmou que "isso ainda não foi apurado".

Palocci foi prefeito de Ribeirão Preto durante um ano e meio. Ele responde, há oito dias, por outros quatro crimes na polícia federal – além dos quatro de hoje –, que teriam ocorrido quando era ministro da Fazenda: quebra de sigilo funcional, quebra de sigilo bancário, prevaricação e denunciação caluniosa.

AGÊNCIA BRASIL
 

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