| 26/04/2006 14h01min
O ministro da Defesa, Waldir Pires, afirmou que o governo ainda não decidiu sobre uma eventual ajuda financeira à Varig. Ao participar de audiência pública sobre o tema, o ministro disse que há preocupação por parte do governo, que já ajudou a empresa anteriormente.
Falando em nome pessoal, Pires lembrou que a companhia aérea é privada, mas que tem deveres "muito grandes" com a sociedade. Ele também criticou o possível domínio do mercado aéreo brasileiro por empresas estrangeiras em caso de saída de operação da Varig. O ministro citou os casos da França, da Itália, da Inglaterra, da Espanha e da Alemanha, que têm apenas uma empresa aérea no mercado interno.
Na audiência, o diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, afirmou que o problema de fluxo de caixa da Varig poderia ser amenizado se os governos federal e estaduais pagassem suas dívidas com a empresa. Zuanazzi informou que 15 Estados devem à empresa mais de R$ 1 bilhão, sendo que apenas o Rio de Janeiro saldou integralmente suas dívidas após a crise da companhia.
O presidente da Varig, Marcelo Bottini, afirmou que a situação da empresa, apesar de enquadrada no plano de recuperação, trouxe dificuldades para o recebimento de créditos internacionais. Segundo ele, só a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) cobrou da companhia US$ 135 milhões (R$ 286,2 milhões) como garantia para a venda de passagens no exterior, sendo que a Varig depositou US$ 30 milhões (R$ 63,6 milhões) para a associação na Suíça. Bottini informou que, ao todo, a companhia tem US$ 54 milhões (R$ 114,5 milhões) depositados no exterior como forma de garantir seus serviços.
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