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 | 20/04/2006 11h10min

Clima esquenta na CCJ em depoimento de Thomaz Bastos

Ministro admite que indicou advogado para Palocci

Já na primeira pergunta feita ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, por parlamentares o clima esquentou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara Federal.

 – Repilo com toda energia. Não participei da quebra do sigilo nem os meus assessores – respondeu o ministro a Jutahy Júnior (PSDB-BA).

Segundo Bastos, o parlamentar fez um libelo dentro do clima de disputa política no país. O ministro disse que a Polícia Federal solicitou o cartão magnético bancário do caseiro porque a CPI dos Bingos pediu que ele fosse incluído no programa de proteção a testemunhas. Thomaz Bastos acrescentou que existe uma série de requisitos que devem ser cumpridos, como a entrega de documentos, inclusive bancários.

Quando Rodrigo Maia (PFL-RJ) fez indagações ao ministro, mais uma vez a tensão voltou à reunião da CCJ. O ministro admitiu que recomendou um advogado ao ex-ministro Antonio Palocci.

– Indiquei um advogado para Palocci porque não advogo, porque não aconselho e não acoberto. Eu fiz a indicação como já fiz isso muitas vezes para outras pessoas – afirmou sobre a sugestão da contratação de Arnaldo Malheiros Filho.

Ele acrescentou que esteve na noite do dia 23 de março na casa de Palocci para apresentar-lhe o advogado Malheiros.

Durante a fala do ministro, Maia tentou interrompê-lo, mas foi impedido pelo presidente da comissão, Sigmaringa Seixas (PT-DF).

Questionado sobre a ida de dois de seus assessores à casa do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci após a quebra do sigilo, Thomaz Bastos disse que eles estavam lá a pedido de Palocci para analisar a possibilidade de investigar rumores de que o caseiro estava recebendo dinheiro para fazer denúncias contra ele. Francenildo, em depoimento na CPI, confirmou que o ministro freqüentava casa em Brasília onde supostamente eram realizados encontros com lobistas.

Thomaz Bastos lembrou que estava em Rondônia naquele dia e disse que a PF não tomou a providência solicitada por Palocci. O ministro relatou ainda que a PF investigou em tempo recorde toda a cadeia de fatos que levaram à quebra de sigilo de Francenildo e que, assim, cumpriu com a função de zelar pela defesa da ordem jurídica.

 

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