| 19/04/2006 17h21min
O deputado Nelson Trad (PMDB-MS), relator da representação que pede a cassação do mandato do deputado José Mentor (PT-SP), disse em sua apresentação no plenário que o acusado não cometeu crime, mas feriu a ética parlamentar ao receber R$ 120 mil da empresa 2S Participações, de Marcos Valério Fernandes de Souza, por meio de seu escritório de advocacia quando era relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banestado.
O relator admitiu que Mentor resistiu ao lobby para retirar o Banco Rural das investigações da CPI, mas errou ao fazer um contrato de trabalho com a empresa de Marcos Valério. Segundo ele, Rogério Tolentino, do Escritório Tolentino, Melo e Associados "era integrante da quadrilha de Marcos Valério junto ao Banco Rural". Ele disse que a defesa do relatório é uma homenagem aos "companheiros que saíram do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar" e criticou a idéia de levar o julgamento dos deputados para a Justiça. Para ele, a demora no julgamento dos casos implicaria a prescrição dos crimes. O vice-presidente da Câmara, deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), mostrou-se preocupado com o quórum baixo para a votação do processo de cassação contra Mentor. O período destinado às votações do plenário começou com apenas 245 deputados, e às 17h tinha apenas 257, longe dos 513 deputados eleitos. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, no entanto, argumentou que 437 deputados encontram-se presentes na Casa, e deu prosseguimento ao processo contra Mentor. O deputado Robson Tuma (PFL-SP) defendeu a decisão de Aldo, uma vez que o presidente tem avisado, com pelo menos uma semana de antecedência, sobre as votações de matérias como essa. –Sabemos que o quórum baixo é um caminho rápido para a absolvição nos processos de cassação, mas ele não pode ser atribuído à Mesa Diretora – defendeu afirmou Tuma. AGÊNCIA CÂMARAGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.