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 | 19/04/2006 14h36min

Relatório parcial da PF indica Palocci como autor de quebra de sigilo

Polícia Federal quer mais 30 dias para investigar o caso

A Polícia Federal acusou hoje o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci de violação de sigilo bancário, prevaricação e denúncia caluniosa, delitos que, somados, podem levar a uma pena de 10 anos de prisão. As acusações contra Palocci foram entregues à justiça pelo delegado Rodrigo Carneiro Gomes e constam de um relatório preliminar sobre o escândalo que envolve o ex-ministro.

O relatório identifica Palocci como o autor intelectual da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, que disse ter visto o então ministro nas festas que seus antigos colaboradores organizavam na mansão de Brasília onde trabalhava. Rodrigo Carneiro Gomes acusa também o ex-chefe de imprensa da Fazenda Marcelo Netto e o ex-presidente da Caixa Econômica Jorge Mattoso.

O delegado explicou que o documento, de 61 páginas, foi elaborado com base nos depoimentos à polícia de 31 pessoas ligadas direta ou indiretamente ao caso. Ele pediu um prazo de 30 dias às autoridades para completar a informação entregue hoje à justiça.

O sigilo bancário de Francenildo Costa foi violado ilegalmente pela Caixa Econômica Federal, e ele chegou a ser acusado de lavagem de dinheiro. Cópias dos extratos do caseiro foram entregues à revista Época, que as publicou quando Palocci ainda era ministro. O caseiro havia dito que as festas com prostitutas na mansão onde trabalhava eram freqüentadas por empresários que, segundo a oposição, acertavam negócios fraudulentos com o governo.

A violação das contas, a perseguição ao caseiro por causa de suas declarações e o vazamento de seus extratos desencadearam o escândalo que levou Palocci a renunciar no dia 27 de março.

Francenildo Costa processa a Caixa Econômica pela violação de seu sigilo bancário e a revista Época por publicar os extratos. Ele pediu à justiça uma indenização de R$ 21,7 milhões.

Amanhã, o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, deverá depor no Congresso. A oposição o acusa de ter participado de uma trama organizada para tentar evitar o escândalo e a saída de Palocci.

 

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