| 19/04/2006 00h06min
Três ministros do governo boliviano estão sendo mantidos reféns no município de Puerto Suárez, na fronteira com o Brasil. A população local exige a autorização do Executivo da Bolívia para a instalação de uma siderúrgica brasileira. Os reféns são os ministros de Planejamento, Carlos Villegas, do Desenvolvimento Econômico, Celinda Sosa, e de Mineração, Walter Villarroel. A informação foi divulgada no final da noite desta terça pelo titular da Defesa boliviano, Walker San Miguel.
Os ministros estão retidos desde 19h30min (20h30min de Brasília). O governo boliviano já anunciou que retomaria negociações com os moradores da região às 5h, pelo horário de Brasília.
Os habitantes de Puerto Suárez e os vizinhos de Puerto Quijarro resolveram reter as autoridades – que foram à região participar de uma reunião – para pressionar o Executivo a emitir uma licença ambiental em favor da empresa siderúrgica MMX, filial do grupo brasileiro EBX, do empresário Eike Batista. O governo boliviano considera a instalação ilegal porque está localizada na região fronteiriça do país, proibida para estrangeiros, e porque pretende utilizar carvão vegetal, o que poderia causar prejuízos ao ambiente da região, segundo La Paz.
Em La Paz, o ministro San Miguel voltou a acusar os executivos da empresa brasileira de burlar a legislação tributária boliviana e de pressionar as autoridades por meio dos habitantes da zona fronteiriça.
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