| 11/04/2006 21h14min
Acompanhados de um grupo de cerca de 10 parlamentares, os funcionários da Varig entregaram ao Palácio do Planalto documento dirigido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O texto é assinado pela organização Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), que reúne quatro associações e quatro sindicatos.
A TGV faz três pedidos a Lula. O primeiro é o adiamento por cinco meses do pagamento das taxas aeroportuárias da empresa para a Infraero. O segundo pedido é o prazo de dois meses para o pagamento de combustíveis para a estatal BR Distribuidora. Por último, a TGV pede autorização da Secretaria de Previdência Complementar para emprestar dinheiro do fundo de pensão dos funcionários da Varig para a própria empresa. Querem utilizar até US$ 150 milhões para uso na recuperação da companhia. Desse total, US$ 30 milhões seriam usados para a indenização dos funcionários demitidos e e pelo menos US$ 70 seriam utilizados para colocar de 10 a 15 aeronaves em operação.
– Não assistiremos a Varig morrer – disse Márcio Marsiolac, coordenador da TGV.
O vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), era um dos parlamentares presentes. Segundo ele, a ajuda do governo não seria inútil já que a empresa agora é administrada por uma gestão eleita pelos próprios credores.
– É um absurdo faltar o apoio de um dos credores da empresa, que é o próprio governo – disse Beto.
O deputado afirma que a União é o poder concedente da aviação e que a responsabilidade financeira pela falência seria, em última instância, da própria União.
Também hoje, o diretor regional da Varig, Carlo de Almeida Coelho, garantiu que a companhia aérea não vai fechar. Coelho lamenta que o governo ainda não tenha encontrado uma solução para a crise da empresa. O ministro da Defesa, Waldir Pires, reiterou a disposição do governo em auxiliar a Varig. Ele ressaltou que "todo dinheiro público tem limitações".
– Dinheiro público, só com a possibilidade legal – afirmou o ministro, após participar do almoço oferecido pelo presidente Lula à presidente do Chile, Michelle Bachelet, no Itamaraty.
– Nós precisamos conhecer a possibilidade de que seja apresentado um plano capaz de preservar uma empresa como a Varig. Estamos ouvindo todas as áreas – disse Waldir Pires.
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