Os norte-americanos admitiram, em uma pesquisa, sua paixão pelos telefones celulares, mas reconheceram que se sentem irritados quando ouvem os outros falando em voz alta. Um em cada quatro usuários confessou que não poderia viver sem seu celular, e quase a metade respondeu que sentiria saudades, mas seria capaz de seguir adiante sem ele.

Três em cada quatro afirmaram já ter utilizado o aparelho em uma emergência ou em alguma situação na qual foi de "valiosa ajuda", segundo a pesquisa com 1.503 pessoas feita pelo Centro de Pesquisa Pew e AOL e divulgada hoje. A pesquisa também revela que os celulares se tornaram uma nova forma de entretenimento para muitas pessoas.

"O telefone celular contribui para uma mudança nas pautas de comunicação e leva as pessoas a redistribuírem seu tempo livre", afirmam em suas conclusões os autores da pesquisa. Dos entrevistados, 41% disseram utilizar o aparelho para matar o tempo quando viajam ou enquanto esperam alguém.

O "canivete suíço da comunicação", nome dado pelos organizadores da pesquisa, faz mais sucesso ainda entre os hispânicos, comunidade que mais utiliza o aparelho. Uma em cada três pessoas hispânicas reconhece que não poderia ficar sem celular, além de serem o grupo que mais o utilizam como passatempo.

Por outro lado, a crescente dependência do celular tem uma face muito menos amável, e os usuários sabem disso. A perda da privacidade e o incômodo causado aos outros estão entre as piores queixas dos consumidores. Mais da metade confessa sentir irritação freqüentemente com as pessoas que falam muito alto ou de alguma forma que cause incômodo em lugares públicos.

Paradoxalmente, apenas 8% reconhecem terem recebido algum comentário ou olhar de reprovação enquanto falavam diante de outras pessoas. Mais de 25% dos usuários reconhecem que não dirigem de forma tão segura como deveriam por culpa do celular.

Entre os recursos que os usuários mais gostariam de ter em seus celulares, 47% escolheram mapas, 38% querem receber mensagens instantâneas e 24% disseram querer acessar e-mails. O que parece não mudar é a insatisfação ao receber a conta. Até 36% dos usuários reconheceram ter levado um susto alguma vez ao receber a fatura das ligações.

Não se sabe o número exato de americanos que têm celular, mas uma pesquisa do centro Pew de outubro de 2004 revelou que dois em cada três adultos possuem o aparelho. A empresa Jupiter Research calcula em 195 milhões o número de aparelhos em funcionamento nos EUA atualmente.

AGÊNCIA EFE