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 | 27/03/2006 17h26min

Palocci pede saída do Ministério da Fazenda

Em nota oficial do Ministério da Fazenda, o titular da pasta, Antonio Palocci, pede seu afastamento do cargo. Segundo a assessoria da Fazenda, o ministro está encaminhando ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva carta explicando suas razões. Lula teve ontem uma longa conversa com o ministro, na Granja do Torto, e a avaliação foi de que o governo não pode continuar "sangrando em praça pública".

A saída de Palocci seria decidida na tarde de hoje pelo presidente e membros da coordenação política após a análise do depoimento do presidente da Caixa, Jorge Mattoso, à Polícia Federal (PF) sobre a quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa. Mattoso chegou por volta das 15h30min à PF para depor.

As denúncias contra Palocci
O sigilo do caseiro
Francenildo Santos Costa desmente Antonio Palocci na CPI dos Bingos. Caseiro da propriedade onde ex-assessores de Palocci supostamente se reuniam, o caseiro alega ter visto o ministro no local. Palocci havia negado estar presente nestes encontros. Depois de pedir proteção à Polícia Federal, o caseiro tem o sigilo bancário quebrado ilegalmente. A Caixa Econômica Federal, sob gerência do ministério da Fazenda, é suspeita de violar a conta.
Mesada em Ribeirão Preto
Palocci é acusado de ter recebido mesada de R$ 50 mil da empresa Leão & Leão entre 2001 e 2002. Na época, era prefeito de Ribeirão Preto. A denúncia é feita pelo ex-assessor Rogério Buratti. A empresa foi uma das maiores doadoras da campanha e o ministro nega a denúncia.
Operação Cuba
Ex-assessores de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto teriam participado do transporte de três caixas de bebida de Brasília a Campinas em 2002. As caixas, segundo Buratti, conteriam US$ 3 milhões. A história teria sido contada pelo ex-secretário Ralf Barquete, morto em 2004. As versões são conflitantes e Palocci também nega a acusação.
Caso dos bingos
Ainda segundo Buratti, Palocci integrava um dos grupos que faziam lobby para a renovação do contrato da GTech com a Caixa Econômica Federal. O ministro, mais uma vez, nega a denúncia.
Estatais sob comando da Fazenda
Pelo menos duas instituições sob o guarda-chuva do Ministério da Fazenda – o Banco do Brasil e o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) – são investigadas pela CPI dos Correios. Do BB teriam saído os R$ 10 milhões de adiantamento da Visanet à DNA Propaganda, de Marcos Valério de Souza. O IRB foi apontado como uma das possíveis fontes do pagamento a parlamentares da base aliada.
Irmão sob suspeita
Adhemar Palocci, diretor da Eletronorte, é suspeito de participação em esquema com a seguradora Interbrazil para caixa dois do PT em Goiânia, em 2004, e de tráfico de influência no Instituto de Resseguros do Brasil e na Superintendência de Seguros Privados, da Fazenda. Palocci e Adhemar negam.
Gestões em Ribeirão Preto
As duas gestões de Palocci no município do interior paulista (1993-1996 e 2001-2002) foram investigadas por pelo menos nove suspeitas de irregularidades pelo Tribunal de Contas de São Paulo e pelo Ministério Público Estadual.

Fonte: Zero Hora

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