O setor agropecuário aguarda para os próximos dias o anúncio de um pacote do governo federal para aplacar a crise no campo. Segundo o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, a nova Medida Provisória (MP) do Bem com benefícios para o agronegócio será discutida nesta semana em reunião de todos os ministros.

A expectativa é de que a MP contenha um apoio de até R$ 6 bilhões, especialmente em isenções tributárias – como de PIS/Confis incidentes sobre a carne. O auxílio é considerado positivo pelos ruralistas, mas insuficiente para reverter a atual situação.

O mais importante, dizem os produtores, seriam prorrogações nos prazos de vencimento de empréstimos bancários. A boa colheita prevista para este ano (a estimativa é de 122 milhões de toneladas no Brasil, ou 7,6% mais do que na safra anterior) não será suficiente para pagar as instituições financeiras.

Somente as dívidas de produtores gaúchos a vencer neste ano no Banco do Brasil, repassador de 70% do crédito rural no Rio Grande do Sul, somam mais de R$ 4 bilhões. A proposta da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil é transformar parte disso em dívida de longo prazo.

– É o que seria necessário, mas não creio que vá acontecer. O mais provável é que haja mais uma prorrogação (curta), que deve aumentar ainda mais o limite de crédito do produtor para as próximas safras – diz o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS).

Além das medidas tributárias e do alongamento das dívidas, o vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), ressalta que está na mesa de negociação a criação de linhas de crédito para indústrias ligadas ao agronegócio.

– É preciso capital de giro para que alguns setores sobrevivam à tempestade – destaca.

ZERO HORA