| 27/03/2006 16h26min
A pior crise em 18 anos de trabalho na lavoura. Essa é a avaliação do arrozeiro Carlos Augusto Simonetti, de Uruguaiana, sobre o momento vivido pelo setor. Apesar das dificuldades, ele conseguiu pagar os financiamentos da safra passada e semear a lavoura deste ano sem acumular dívidas. Para sobreviver no mercado, investiu no aumento de produtividade.
– Quem tiver o custo de produção alto não permanecerá no mercado. Mesmo com custo baixo, é difícil suportar – diz o produtor.
Desde o ano passado, Simonetti tem conseguido reduzir os custos de produção por saca a valores entre R$ 20 e R$ 21. A média no Estado é de R$ 28. Para isso, o agricultor diminuiu a área plantada de 1,9 mil hectares para 1,65 mil hectares. Preferiu utilizar apenas a parte melhor do terreno e investir em sementes, defensivos agrícolas e fertilizantes. O resultado foi uma produtividade média alta, cerca de 8,5 mil quilos por hectare. No ano passado, ele havia alcançado 7,5 mil quilos, apesar da seca.
– São medidas para apagar incêndio. O setor precisa de ações para o futuro – opina Simonetti, referindo-se ao pacotão agrícola que deve ser anunciado pelo governo federal nesta semana para o setor primário.
Simonetti já colheu 90% do arroz em sua lavoura. Vendeu apenas 5% ao preço de R$ 17 a saca para honrar dívidas com fornecedores. Agora, pretende segurar o restante até o segundo semestre, quando, acredita, haverá uma elevação do preço.
– Se a crise continuar, podemos na próxima safra diminuir em mais 10% a área plantada. Mais do que isso comprometeria a estrutura – explica o orizicultor.
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