| 16/03/2006 13h52min
O pesquisador Carlos Montez, da Universidade Federal de Santa Catarina, acredita que mais importante que definir um padrão tecnológico para a TV Digital, o relevante é escolher um modelo de negócio.
Em entrevista online concedida ao clicRBS, Montez, que integra um consórcio de pesquisas sobre TV Digital no Brasil, explicou que é o modelo de negócio que vai determinar se a grande maioria da população terá acesso à nova tecnologia ou se as novidades ficarão restritas aos mais ricos.
– Uma questão importantíssima é a da TV de Alta Definição. As radiodifusoras vêm defendendo com unhas e dentes que a TV Digital tem que ser para TV de Alta Definição. Com isso, estão "dando o recado" que querem toda a faixa de banda para elas. Nada de compartilhar com TVs comunitárias – explica Montez.
Sobre a escolha do padrão tecnológico, o pesquisador defende a negociação de partes de um pacote de tecnologia e não a importação de um “pacotão”.
– Um dos "pedaços" deste pacotão é o middleware. É uma camada de interatividade de um sistema de TV Digital. Ou seja, é a parte que permite se desenvolver aplicativos (aplicações). O Brasil poderia usar pedaços do sistema japonês, e complementar, por exemplo, com o middleware que foi desenvolvido pelo consórcio liderado pela Universidade da Paraíba – diz ele..
Os primeiros sinais de transmissão da TV Digital deverão ser experimentais entre o eixo Rio-São Paulo até meados deste ano. A partir daí, a implantação seria gradual no resto do país. Para receber o sinal, não será necessário ter um aparelho de televisão especial. Basta adquirir um conversor, que custa, em média, R$ 300.
O impacto cultural dessa nova tecnologia ainda é desconhecido. Uma das novidades é a possibilidade de ampliar a interação com o telespectador. Montez explica, no entanto, que é preciso estudar uma nova linguagem para este novo meio.
– Quem tentar fazer Internet na TV pode se dar mal. Equivale a fazer rádio na TV
convencional. A Internet é uma
experiência individual e a TV é uma experiência quase sempre em grupo – ressalta.
Leia a íntegra da pesquisa abaixo.
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