| 12/03/2006 15h14min
Os assessores legais do governo do Reino Unido informaram à polícia que esta poderá seguir com sua política de atirar para matar contra suspeitos de terrorismo sem se expor a acusações de homicídio.
Documentos confidenciais vazados ao jornal The Times justificam a operação que levou à morte, em julho do ano passado, de Jean Charles de Menezes. O brasileiro foi confundido com um terrorista suicida e atingido por agentes armados numa estação do metrô de Londres.
Os documentos cedidos ao periódico inglês indicam que, no momento da morte do brasileiro, os agentes armados e seus comandantes seguiam conselhos de um dos principais assessores legais do governo.
De acordo com esses documentos, a polícia não teria que provar uma atuação razoável ao disparar contra um indivíduo sem armas. Os policiais poderiam se defender sem problemas de qualquer acusação de homicídio, mesmo matando um inocente.
Essas determinações legais, diz o jornal, ajudarão os dois atiradores da Scotland Yard que dispararam oito vezes à queima-roupa contra o eletricista brasileiro. A promotoria da Coroa analisa atualmente a possibilidade de processar por homicídio esses dois agentes e outros dez funcionários da Polícia envolvidos na morte do brasileiro.
Nesta semana, Shami Chakrabarti, diretora do grupo de direitos humanos Liberty, apresentou sua saída do grupo de trabalho criado pela Associação de Comissários Chefes da polícia para revisar a polêmica política. O grupo de trabalho aprovou a estratégia de atirar para matar, o que provocou fortes críticas de Chakrabarti, segundo a qual a revisão foi uma farsa.
AGÊNCIA EFEGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.