| 09/03/2006 10h19min
Depois de três dias em alta, o dólar comercial abriu nesta quinta em queda de 1,37%, a R$ 2,154 na compra e R$ 2,156 na venda. O mercado financeiro repercute hoje a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a Selic em 0,75 ponto percentual, para 16,50% ao ano, e já espera a ata que será divulgada na semana que vem com os argumentos dos técnicos do BC.
Apesar da enxurrada de críticas do setor produtivo e de sindicalistas, o resultado não surpreendeu os investidores. Na semana passada, ainda havia a expectativa de uma queda um pouco maior, de 1 ponto percentual, da taxa básica de juro.
As incertezas do cenário externo e a possibilidade de alta dos juros nos Estados Unidos, no entanto, minaram uma maior ousadia do Banco Central, disseram analistas logo após a divulgação do Copom, na noite desta quarta.
– Na semana passada, o corte de 1 ponto era mais factível. Com o mercado externo mais incerto, o Banco Central optou pela continuidade do conservadorismo – disse Vladimir Caramaschi, analista da Corretora Fator Doria Atherino.
Segundo ele, provavelmente, a queda vai continuar nas próximas reuniões do Copom, mas de uma maneira mais gradual. Ele acredita que os técnicos do Banco Central vão reduzir a Selic nas próximas três reuniões, pelo menos. A reunião de ontem teve 6 votos a favor do corte de 0,75 ponto e 3 votos para a redução de 1 ponto percentual.
O presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), Walter Machado de Barros, foi bem crítico. Disse que o setor produtivo tem se prejudicado bastante com as taxas de juros altíssimas praticadas pelo Banco Central e, provavelmente, vai engavetar projetos de expansão que contavam com uma taxa mais baixa. Segundo ele, a decisão do Comitê de Política Monetária é de se lamentar.
Para os analistas, os dados da atividade econômica no Brasil, se já eram observados com atenção, agora ganharão ainda mais visibilidade.
Ontem, ainda sem o resultado do Copom, o dólar comercial fechou novamente em alta, pelo terceiro dia consecutivo e voltou para o mesmo patamar de um mês atrás.
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