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O chefe do Exército argentino, general Ricardo Brinzoni, não descartou nesta terça-feira, 23 de abril, a intervenção das Forças Armadas caso se configure uma situação de caos social no país. Ele afirmou, porém, que a intervenção se daria "nos limites da Constituição e da lei". Ele advertiu que a Argentina corre o risco de maior desordem e estima que o Exército poderia substituir as funções de segurança atualmente a cargo da Gendarmeria Nacional ou da Polícia Federal, para deixar a essas instituições a tarefa de "restaurar a ordem".
O prédio do anexo da Câmara dos Deputados teve de ser desocupado nesta terça, após uma ameaça telefônica de explosão de uma bomba, enquanto milhares de pessoas protestavam diante do Congresso contra o chamado Plano Bonex 2. Mais de 500 policiais impediam o acesso dos manifestantes ao prédio do Legislativo argentino. Um forte esquema de segurança bloqueia os acessos principais do Parlamento e do edifício anexo da Câmara de Deputados. O trânsito da ruas próximas ao local foi interrompido por temor de incidentes. Segunda-feira, vários parlamentares foram ameaçados e tiveram de receber proteção especial para não serem agredidos.
A irritação dos argentinos é ainda maior devido à decretação do feriado bancário vigente desde segunda-feira e que deve se estender até quinta-feira, que deixou muita gente sem dinheiro. Com a corrida aos caixas automáticos dos bancos, os equipamentos ficaram vazios. Também estão suspensos os pagamentos de salários e aposentadorias feitos por meio dos bancos. Para complicar, muitas lojas pequenas e médias deixaram de aceitar pagamentos cartões de crédito ou de débito. O Banco Central estuda repor dinheiro em cerca de 400 caixas eletrônicos em locais afastados de agências bancárias, para evitar a depredação dos bancos. Comunicado do Banco Central divulgado nesta terça confirmou que o feriado se estenderá até quinta-feira, e os bancos devem reabrir só na sexta.
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