| 04/03/2006 14h04min
O advogado Rogério Buratti colocou mais lenha na fogueira que cerca o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, no caso do mensalinho de R$ 50 mil que a Leão & Leão teria pago à prefeitura de Ribeirão Preto na segunda gestão do ministro na cidade. A comissão, supostamente repassada ao PT, teria sido exigida pelo próprio Palocci, que também teria negociado diretamente com a empresa os artifícios para superfaturar o pagamento dos serviços de lixo na cidade.
Segundo a revista Veja, as informações foram reveladas em depoimento sigiloso de Buratti no início do mês passado. As informações teriam sido escondidas da imprensa até agora por causa de um suposto acordo do ministro com o Ministério Público de São Paulo.
– Não houve nenhum acordo. Não temos nenhum interesse em preservar o ministro. Apenas definimos que algumas informações são sigilosas, para não atrapalhar as investigações – disse Sebastião Costa da Silveira, um dos promotores do caso.
Outras duas informações de Veja, de que parte do mensalinho ficava com Palocci em vez de ir para o PT, e acerca de um suposta reserva financeira do ministro junto à empreiteira também são negadas.
Promotores que ouviram o depoimento de Buratti, prestado há um mês na Delegacia Seccional de Polícia de Ribeirão Preto, disseram que o depoimento foi o mais contundente até agora. Segundo Tiago Cintra Essado, o mais importante foram os detalhes da operação para o suposto esquema de superfaturamento.
A transação teria sido feita sobre um contrato assinado pela gestão que antecedeu Palocci, que assumiu seu segundo mandato em 2000.
– Em 1999, para vencer a concorrência do lixo, a Leão estabeleceu o preço de R$ 17 por tonelada de lixo, embora o mercado cobrasse R$ 42. Mas no final, com Palocci, a tonelada custou R$ 120 à Prefeitura. Além disso, Buratti disse que Palocci entrava em contato direto com a Leão – conta Essado.
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