| 24/02/2006 11h55min
Os investimentos em 2005 foram abalados pelas altas taxas de juros, pela crise política e pela valorização do real frente ao dólar, avalia o economista Paulo Levy, coordenador do Grupo de Acompanhamento Conjuntural do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Segundo ele, a escassez de investimentos foi o principal motivo para o baixo crescimento da economia no ano passado - de 2,3%, conforme divulgou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
– Não há como crescer mais do que isso enquanto o país investir apenas 20% do PIB – comentou Levy.
O economista também cita problemas estruturais que inibem iniciativas do setor produtivo, como a alta carga tributária, as incertezas regulatórias e os gargalos de infra-estrutura. O aperto da política monetária, segundo ele, não teve a influência decisiva que lhe costumam imputar.
Além disso, afirma, a manutenção de juros elevados foi necessária, e se mostrou eficiente, para deter a pressão inflacionária verificada no começo do ano.
– O aperto da política monetária se justificava, porque de fato havia uma ameaça inflacionária decorrente da alta dos preços dos metais – disse Levy.
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