| 24/02/2006 09h43min
O secretário-geral do PT, Raul Pont, rebateu ontem a decisão do relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), de pedir a quebra do sigilo contábil nacional do PT.
Na avaliação do deputado estadual gaúcho, Serraglio deveria se preocupar mais com a perda de legitimidade que vem afetando a CPI e não com as contas do PT.
– As CPIs perderam totalmente a legitimidade – disse Pont.
O secretário-geral destacou como principal motor dessa tendência o fato de os partidos que têm maioria na comissão terem conseguido derrubar processos contra seus colegas de partido, evitando assim que sejam punidas as irregularidades cometidas por eles.
– Hoje o tratamento ocorre com base no critério da maioria – disse.
Pont enfatizou que o PT não tem nada a esconder em suas contas, mas insistiu que qualquer medida envolvendo a quebra de sigilo bancário deveria afetar os diretórios nacionais de todos os demais partidos citados em denúncias de corrupção:
– O PT não tem nada a esconder. Mas não há lógica nisso, se as acusações estão envolvendo todos os outros partidos. Isso é discriminação.
O requerimento envolvendo a quebra de sigilo do PT deverá ser votado na próxima sessão administrativa da comissão, prevista para ocorrer nos dia 7 ou 8 de março. Sob pressão de petistas que integram a comissão, Serraglio teria aceito incluir no pedido a quebra do sigilo do diretório mineiro do PSDB, também acusado de se beneficiar de recursos fornecidos pelo empresário Marcos Valério de Souza.
Na terça-feira, ao tomar conhecimento da intenção de Serraglio, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, também defendeu que a quebra de sigilo seja estendida a outras legendas e desafiou partidos que defendem a abertura dos dados da sigla a fornecerem espontaneamente suas informações financeiras.
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