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 | 17/02/2006 01h02min

Aumenta tensão entre Argentina e Uruguai

Países discutem por instalação de fábrica de celulose em terras uruguaias

As duas principais ligações rodoviárias entre a Argentina e o Uruguai estão bloqueadas por tempo indeterminado. Em uma decisão que acirrou a tensão entre os dois países, habitantes da província argentina de Entre Ríos e ecologistas decidiram ontem interromper o trânsito na ponte General Artigas, entre Colón e Paysandú. Há duas semanas, a ponte Libertador General San Martín, 100 quilômetros Rio Uruguai abaixo, também está bloqueada.

Os manifestantes protestam contra a decisão do presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, de autorizar a construção de duas grandes fábricas de celulose no Rio Uruguai, que divide os dois países. Os argentinos dizem que as indústrias em construção serão altamente poluentes. Os manifestantes têm o respaldo explícito do presidente argentino, Néstor Kirchner.

O governo uruguaio, por sua vez, alega que as fábricas seguem rigorosos padrões de funcionamento e não são poluentes. Além disso, afirma que não pode prescindir do investimento – um total de US$ 1,8 bilhão, o equivalente a 13% do PIB uruguaio. As duas empresas proporcionarão milhares de empregos diretos e indiretos à região sudoeste do Uruguai, que nos últimos anos viveu de forma espartana por causa da crise econômica.

O confronto se transformou na pior crise diplomática argentino-uruguaia desde 1955, quando militares golpistas argentinos refugiaram-se em Montevidéu. Do lado argentino, Kirchner começou uma ofensiva internacional no final do ano passado, quando pediu ao Banco Mundial que não financiasse a construção das fábricas. Para completar, quer levar o caso à Corte Internacional de Haia. Do lado uruguaio, Vázquez afirma que nada impedirá a construção das fábricas.

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