| 12/02/2006 20h54min
A secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, disse hoje que o mundo não pode confiar no fato de o programa nuclear do Irã poder ter como objetivo produzir eletricidade. Conforme Condoleezza, o país árabe mentiu "nos últimos 18 anos".
Em entrevista à rede de televisão ABC a secretária de Estado disse que "a pergunta é se será permitido (aos iranianos) ter a tecnologia que poderia produzir uma arma nuclear, ou seja, o reprocessamento e o enriquecimento" de material nuclear.
Ela afirmou que se o Irã abandonar o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP) "só aumentará seu próprio isolamento".
Ontem o presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad, ameaçou abandonar o pacto. Hoje um porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Irã, Hamid-Reza Asefi, disse em entrevista coletiva que as palavras de Ahmadinejad foram mal interpretadas.
O funcionário explicou que seu país continuará respeitando o tratado, que regula o uso de tecnologia nuclear para prevenir a proliferação de armas nucleares. Condoleezza Rice pediu ao governo do Irã que retome as "negociações com aqueles que estão preparados para oferecer uma forma de ter energia nuclear civil".
A Rússia propôs ao Irã em dezembro criar uma empresa mista em território russo para enriquecer urânio.
O jornal britânico Sunday Telegraph informou hoje que o Pentágono está elaborando planos para ataques com mísseis balísticos lançados de submarinos contra usinas nucleares do Irã. A secretária não confirmou a informação durante a entrevista, mas destacou que os Estados Unidos estão empenhados em uma solução diplomática para o problema. No entanto, alertou que "o presidente (dos EUA, George W. Bush) nunca retira uma opção da mesa".
Em 4 de fevereiro a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) decidiu enviar o caso do programa nuclear iraniano ao Conselho de Segurança da ONU. O órgão pode ordenar sanções contra o país, caso não coopere com os analistas da
AIEA, que querem se certificar de
que o Irã não possui a capacidade de fabricar bombas atômicas.
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