| 09/02/2006 18h44min
Por nove votos a cinco, foi rejeitado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara o relatório do deputado Orlando Fantazzini (P-Sol-SP) que pedia a cassação de Pedro Henry (PP-MT). Ele havia sido acusado pelo deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de ter tentado aliciar o líder de seu partido, José Múcio (PE) para que ingressasse em um esquema de compra de votos, o chamado mensalão.
Os deputados integrantes do Conselho consideraram que não havia provas contra o ex-líder do PP. Apesar do depoimento de Jefferson, nenhum outro depoente citou Henry como participante das negociatas no Congresso.
Esta foi a primeira vez que a maioria do Conselho votou contra o relator desde o início da crise política iniciada com as denúncias do mensalão.
No relatório, Fantazzini argumentou que atuou "de forma direta nas negociações políticas entre a cúpula do PP e o PT visando a formalizar a aliança para constituição da base de sustentação do governo federal tendo, em contrapartida, o recebimento de recursos repassados pelo PT". Segundo o voto, esse comportamento afronta a "ética e a dignidade do mandato popular".
O deputado Nelson Trad (PMDB-MS) fez uma defesa veemente do relatório, afirmando que Fantazzini fez a relação entre os fatos, não deixando dúvida da participação do ex-líder do PP no esquema do suposto mensalão. E ironizou o argumento da cúpula do PP de que o dinheiro recebido do PT era para pagar os honorários dos advogados que defenderam o deputado cassado Ronivon Santiago (PP-AC).
– Eu não sei se o Ronivon Santiago valia R$ 700 mil. É dinheiro que o Fome Zero poderia ter no seu balanço – disse o peemedebista.
Já o tucano Carlos Sampaio (SP) argumentou que o Conselho não conseguiu produzir provas contra Pedro Henry e lembrou que o líder do PTB, José Múcio Monteiro (PE), negou ter sido pressionado por Pedro Henry a participar do esquema.
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