A chamada Lista de Furnas, com nomes de mais de 150 políticos que teriam recebido dinheiro de caixa dois da estatal, dominou as discussões durante reunião administrativa da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios de hoje. Os deputados e senadores da oposição defenderam a convocação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para explicar a investigação que a Polícia Federal vem fazendo sobre a lista. A autenticidade do documento não foi comprovada.

– Ele tem que responder se essa lista é verdadeira ou não – disse o líder do PSDB, Alberto Goldman (SP).

O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) considera que a convocação do ministro seria precipitada. Para ele, é importante não cair em disputas eleitorais. O relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), também teme que a briga interna política atrapalhe as investigações.

A lista deve começar a ser investigada na próxima semana, quando deverá ser chamado o ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, que teria assinado o documento. O relator espera marcar o depoimento dele, aprovado hoje pela CPI, para quarta ou quinta-feira. No entanto, Serraglio acredita que é difícil abrir uma nova linha de investigação.

– Trazer novo assunto para dentro da CPI dos Correios dificulta a conclusão do que estamos fazendo. Tanto que havia sugerido que se criasse uma CPI exclusiva – disse.

Os parlamentares da base governista defenderam ainda que seja marcada a data do depoimento de Nilton Monteiro, que teria entregue a lista à Polícia Federal. Serraglio disse que primeiro será ouvido Toledo, e que tem lido diversos documentos que depõem contra Monteiro. O deputado José Eduardo Cardozo disse que todos envolvidos no caso devem ser ouvidos.

AGÊNCIA BRASIL