| 31/01/2006 20h19min
Vereadores e servidores de câmaras municipais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná usaram dinheiro público para fazer turismo. O abuso foi mostrado pelo repórter da Rádio Gaúcha, Giovani Grizotti, que participou em janeiro de cursos ministrados em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e Foz do Iguaçu, no Paraná. Com uma câmera escondida, o repórter comprou por R$ 200 o diploma de um curso sobre Lei de Responsabilidade Fiscal ministrado no Paraná.
Com o pretexto de participar dos cursos, políticos dos três Estados tomaram banho de mar, viajaram para o Paraguai e visitaram as cataratas de Foz do Iguaçu. Um grupo de políticos gaúchos também foi flagrado assediando prostituas na principal avenida da cidade paranaense.
De acordo com a reportagem de Grizotti, os vereadores de São Martinho, no Rio Grande do Sul, receberam diárias de R$ 350. Sérgio Hartmann (PP), presidente da Câmara da cidade, que não sabia que estava conversando com um jornalista, calculou que sobrariam R$ 1.250. Julio Cézar da Rocha Duda (sem partido), presidente da Câmara de Nonoai, Rio Grande do Sul, admitiu que voltaria para a cidade antes do final do curso, mas receberia diárias referentes ao período integral. Para isso, afirmou que teria de ficar escondido em sua cidade.
– É o meio de o vereador ganhar uns trocos por fora – disse Nery Petter (PSDB), presidente da Câmara de Vereadores do município gaúcho de Lindolfo Collor.
Segundo Antonio Vandir Meurer, do PDT de Rio Pardo, Rio Grande do Sul (PDT-RS), sobrou mais dinheiro devido à redução do número de vagas na câmara de sua cidade. Em Rio Pardo, o número de vereadores era de 19.
– Com nove, nós viajamos todo o mês – disse Meurer.
O Ministério Público e o Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul vão investigar as denúncias. Se o abuso for comprovado, os vereadores correm o risco de perder o mandato.
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