| 28/01/2006 08h00min
Inflamado com a confirmação da prévia que indicará o candidato do PMDB à Presidência, o diretório gaúcho do partido tem pela frente o desafio de escolher o candidato para concorrer à cadeira de Germano Rigotto no Piratini caso o governador vença a eleição interna no dia 19 de março. Por ora, três nomes despontam para a sucessão estadual: os deputados federais Cezar Schirmer e Eliseu Padilha e o vice-governador Antonio Hohlfeldt.
Dos três, apenas Padilha assume publicamente a intenção de concorrer. Em dezembro, o deputado enviou um ofício ao presidente da legenda no Estado, senador Pedro Simon, formalizando a decisão. Schirmer e Hohlfeldt dizem que só falarão sobre o tema após a prévia. Mas o deputado admite que está "na fila" do partido.
Oficialmente, a sigla não discute o tema sucessório. Simon afirma que o PMDB não baterá o martelo em relação ao nome do candidato antes da apuração dos votos da prévia que escolherá o concorrente a presidente. O nome somente será ungido se o governador vencer a disputa contra Garotinho. Se perder a prévia, Rigotto provavelmente disputará a reeleição, embora não admita a hipótese.
– Não podemos tomar qualquer decisão para não fazer um carnaval mais tarde e ter de voltar atrás – diz Simon.
Mas na prática, cada um a sua maneira, Schirmer, Padilha e Hohlfeldt se movimentam a fim de aumentar o cacife e obter a indicação do partido para a eleição de outubro. Por enquanto, o principal item do cardápio é visitar bases do partido no Interior. O objetivo é buscar prestígio junto a filiados que poderiam votar numa prévia do partido ou na convenção em junho.
O principal desafio do PMDB gaúcho, porém, será aumentar a densidade eleitoral do trio. Pesquisa divulgada pelo Ibope há duas semanas indica que Rigotto seria favorito no pleito estadual, mas que não conseguiria transferir seu carisma para outro nome do partido.
– O candidato natural era Rigotto. Natural, sem ele, só iogurte – brinca um dirigente peemedebista.
Outro problema a ser superado é a divisão do partido. Colegas de bancada, Schirmer e Padilha não costumam sentar à mesma mesa. O clima hostil entre dois nomes de peso dificultaria a negociação pela escolha de um nome de consenso para a eleição no Estado, o sonho da cúpula do PMDB gaúcho. Dirigente histórico da legenda, Schirmer é nome da preferência de Simon - de quem foi secretário estadual da Fazenda.
– Schirmer é mais afinado ideologicamente com o PMDB do Rio Grande do Sul, que é diferente do PMDB nacional – diz outro dirigente do partido.
Mas pondera:
– Só que Padilha detém a máquina partidária.
Egresso do PSDB, Hohlfeldt corre por fora. Há poucos meses na sigla, tenta superar a resistência dos correligionários mais tradicionais – que não gostariam de ver um cristão-novo assumir papel de destaque no partido – por meio da militância. No sábado passado, esteve em evento do diretório peemedebista da região de Rosário do Sul, na Fronteira Oeste. Segundo um deputado estadual da sigla, o vice-governador largaria com a vantagem de ter o apoio de Rigotto:
– Hohlfeldt é um quadro preparado que se identificou muito rápido com o PMDB. Ele não dividiria o partido.
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