| 19/01/2006 19h38min
O deputado Professor Luizinho (PT-SP) considerou uma arbitrariedade o voto que sugere a cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar. Luizinho acredita que o relator do processo, Pedro Canedo (PP-GO), tenha sofrido pressões para pedir a cassação no relatório apresentado hoje no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. Para ele, o voto a favor da cassação é contraditório.
O relator do processo, no entanto, disse que sofreu pressões de todos os lados, a favor e contra, mas ressaltou que foram as contradições do deputado que fizeram com que pedisse a cassação. – Claro que ele cometeu algo ilícito, e a única saída foi dar a sugestão de cassação do mandato. Foram as contradições e as histórias inverossímeis que ele trouxe – afirmou Canedo. No voto, o relator entende que o parlamentar petista foi favorecido no suposto esquema de repasse de dinheiro operado pelo empresário Marcos Valério. Professor Luizinho aparece como sacador de R$ 20 mil da conta do empresário no Banco Rural. Em depoimento no Conselho de Ética em novembro passado, Luizinho afirmou que o dinheiro foi sacado por um assessor, José Nilson dos Santos, por ordem do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, para pagar campanhas de pré-candidatos às eleições municipais no interior de São Paulo. A decisão do relator do processo contra o deputado Professor Luizinho (PP-SP) surpreendeu todo o Conselho de Ética, que esperava que Pedro Canedo (PP-GO) pedisse a absolvição do petista, já que o relatório segue a linha adotada pela defesa de Luizinho. No documento, Canedo omitiu a parte mais comprometedora, que foi a declaração de Luizinho admitindo que tentou intermediar a liberação de recursos com o então tesoureiro do PT Delúbio Soares para ajudar vereadores da região do ABC paulista, atendendo a pedido de seu ex-assessor José Nilson dos Santos, autor dos saques de R$ 20 mil nas contas de Marcos Valério. O relator não fez nenhuma citação do episódio no relatório, mas no voto usou justamente a declaração de Luizinho para dizer que ele mentiu e, portanto, deve perder o mandato. O ex-assessor contradiz Luizinho e nega que tenha pedido ajuda dele. Indagado por que omitiu do relatório a declaração de Luizinho, Canedo tentou minimizar o assunto, dizendo que o documento é meramente descritivo e que o voto nem precisa ser escrito, podendo ser dado oralmente. Ele disse que votou pela cassação porque Luizinho mentiu. Devido a um pedido de vista da deputada Ângela Guadagnin (PT-SP), a votação do relatório ficou para terça-feira. AGÊNCIAS BRASIL E O GLOBOGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.