Numa partida emocionante, o Figueirense largou na frente do São Paulo na decisão de 180 minutos por vaga às quartas-de-final da Copa do Brasil. O alvinegro catarinense bateu o tricolor paulista por 3 a 1 e agora joga com a vantagem de poder perder por até dois gols de diferença, à exceção do placar de 2 a 0 (que dá a vaga ao São Paulo) e 3 a 1 (que leva a decisão aos pênaltis). A partida de volta será na próxima quarta-feira, dia 3 de abril, no Morumbi. No confronto disputado no Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis, Júnior abriu o placar para o Figueira aos 18 minutos do primeiro tempo, Kaká empatou aos 26 da etapa final. Mas Doriva, aos 34, e Mabília, aos 48, decretaram a vitória alvinegra.

O Figueirense amassou o São Paulo no início do primeiro tempo. Foram cinco ataques contundentes antes do gol: aos quatro, Willian cruzou da esquerda, e a bola passou perto da cabeça de Selmir; aos 12, Doriva disparou um foguete da intermediária; no mesmo minuto, Willian, agora pela direita, cortou o zagueiro mas chutou por cima; aos 14, Selmir acertou uma bicicleta na área, só que a bola subiu, novamente; e aos 17, Patrício cobrou falta para defesa de Rogério Ceni. Aos 18, o gol. Willian cruzou da esquerda, Rogério Ceni desviou de Selmir, mas Júnior apareceu no segundo pau e, de peixinho, abriu o placar.

Acuado, o São Paulo só chegou ao ataque dez minutos depois, numa triangulação entre Kaká, França e Reinaldo, que bateu forte e exigiu boa defesa de Gustavo. A partir daí, o time paulista começou a equilibrar o confronto, adiantando a marcação e partindo com velocidade nos contra-ataques. Foi assim aos 41, quando Kaká arrancou pelo meio e tocou para França. O atacante driblou Gustavo e teve o gol escancarado à sua frente. Mas na hora de bater, Kaká apareceu e quis resolver: precipitado, tocou para a linha de fundo. O Figueira respondeu com Selmir, chutando cruzado, e depois Willian, soltando a bomba e exigindo boa defesa de Rogério Ceni.

O técnico Cabralzinho não mexeu na equipe no intervalo. Já Nelsinho Baptista pôs Gustavo Nery no lugar de Belletti, que na véspera esteve em Fortaleza com a Seleção Brasileira, assim como Rogério Ceni e Kaká. No reinício do jogo, o Figueirense continou melhor. Aos cinco, Willian, cara a cara com o goleiro do São Paulo, tocou rasteiro e por pouco não ampliou. Mas foi Selmir quem perdeu a grande chance. Aos 12, depois de cobrança de escanteio, Willian desviou, e o atacante, quase embaixo da trave, cabeceou para fora.

Logo depois, Mabília entrou no lugar de Marcelinho. A mudança não foi boa para o alvinegro. O time paulista passou a jogar com mais qualidade pelas laterais, criou boas jogadas e chegou ao gol de empate, aos 26. Kaká matou no peito e bateu forte de esquerda. Gustavo fez defesa parcial, e a bola ainda tocou em André Luiz antes de morrer no fundo das redes. Mas o Figueirense manteve a escrita de ser time acostumado à pressão e foi buscar o resultado, com a ajuda de Sérgio Lobo, que entrou no lugar de Júnior. Aos 32, o zagueiro Wilson cortou cruzamento na área são-paulina com a mão, e o juiz Elvécio Zequeto marcou pênalti. Doriva cobrou com categoria: Rogério Ceni caiu para a esquerda e viu a bola entrando no canto direito.

Os quinze minutos finais foram dramáticos, com chances desperdiçados dos dois lados. Nas duas principais, Gustavo Nery salvou o São Paulo rebatendo, em cima da linha, chute de Selmir, enquanto França acertou a trave alvinegra. Já nos descontos, depois de grande jogada de Sérgio Lobo, Mabília marcou o terceiro, presenteando a torcida que lotou o Scarpelli com um chocolate alvinegro sobre o até então temido São Paulo.